O híbrido plug-in chega ao Brasil com a intenção de destronar o Toyota Corolla, líder dos sedãs médios desde 2014
O BYD King DM-i já está em solo nacional. O novo híbrido plug-in está disponível na rede de mais de cem concessionárias da marca chinesa no Brasil. Apresentado como “o novo rei do mercado de sedãs”, a proposta do novo modelo é explícita: assumir a liderança nas vendas de sedãs médios, desafiando a concorrência já consolidada no país. Desde 2014, quando ultrapassou o antigo líder Honda Civic, o Toyota Corolla domina soberanamente o segmento. Dos 18.418 sedãs médios vendidos no Brasil nos primeiros cinco meses deste ano, o Corolla, produzido na cidade paulista de Sorocaba, respondeu por 72,4% dos emplacamentos, seguido por dois modelos importados do México: o Nissan Sentra – que já acaba de ser renovado em sua linha 2025 –, com 11,1%, e o Volkswagen Jetta, com 6,9%. Para desafiar os rivais, o King chega em duas versões cujo principal diferencial é o tamanho da bateria – 8,3 kWh na configuração GL e 18,3 kWh na GS. O novo modelo chega ao mercado brasileiro nas cores branca, cinza e preta, com interior preto ou cinza. A garantia é de seis anos, sem limite de quilometragem, enquanto a bateria terá garantia de oito anos, também sem limite de quilometragem. O preço sugerido é de R$ 175.800 para a versão GL e R$ 187.800 para a GS. Atualmente, o King é importado da China, mas isso pode mudar em breve – até 2025, a BYD planeja concluir a construção de sua primeira fábrica de automóveis fora da Ásia, em Camaçari, na Bahia.
Com 4,78 metros de comprimento, 1,50 metros de altura, 1,84 metros de largura e 2,72 metros de entre-eixos, o King é maior que o Corolla em comprimento (14 centímetros), em termos de entre-eixos. eixos (dois centímetros), largura (seis centímetros) e altura (quatro centímetros). O sedã chinês tem design dinâmico, que destaca a grade com padrões gráficos que lembram gotas d’água. Visualmente, as duas variantes King são idênticas – não existem emblemas distintos que identifiquem as configurações e até as elegantes jantes de 17 polegadas calçadas com pneus 215/55R17 são iguais. A única diferença é que, no GS, os faróis de LED são realçados por uma faixa de luz diurna integrada, proporcionando brilho adicional. O porta-malas tem capacidade para 450 litros de bagagem e possui “boca” larga para facilitar o acesso. São seis airbags – dois frontais (motorista e passageiro), dois laterais (bancos dianteiros) e dois airbags de cortina (dianteiros e traseiros).
O sedã híbrido plug-in chinês é movido por um sistema que combina um motor 1,5 litro a gasolina de aspiração natural – com 110 cavalos e 13,4 kgfm – e um motor elétrico. Combinados, eles são capazes de gerar, na versão GS, 235 cavalos – no GL, são 209 cavalos. O torque combinado do GS é de 33,1 kgfm e do GL é de 32,2 kgfm. Por ser um PHEV (Veículo Elétrico Híbrido Plug-in), o King pode ser carregado na tomada e usado como um carro elétrico puro. Com a bateria totalmente carregada, ela fica 100% elétrica. No GS, a autonomia elétrica é de até 80 quilômetros, segundo o PBEV (Inmetro) – no GL, é de 36 quilômetros. Quando a capacidade da bateria está baixa, o King transforma-se num veículo híbrido, tendo a eficiência de combustível como prioridade. O sistema DM-i prioriza a energia elétrica e busca reduzir a dependência da gasolina. A integração da bateria Blade de 18,3 kWh (no GS) ajuda a fornecer sinergia com as demandas energéticas do sistema híbrido. Segundo a BYD, a parceria da bateria com motores a gasolina e elétricos resulta em consumo de combustível de 25,6 km/l e autonomia total de até 1.200 quilômetros. Segundo o Inmetro, o King GS pode percorrer até 806 quilômetros na cidade e 720 quilômetros na rodovia, combinando uma bateria 100% carregada com um tanque de gasolina de 48 litros totalmente cheio.
O King vem de fábrica com recursos como saída para controle de temperatura traseira, controle de cruzeiro, retrovisores laterais elétricos e retráteis, quatro portas USB-A e tomada 12V, carregamento por indução para smartphones, assistência para partida em subidas, controle de cruzeiro, monitoramento de enchimento de pneus, freio de estacionamento eletrônico , Função Autohold, sensores de estacionamento, câmera 360 graus e compatibilidade com cartão NFC (Near Field Communication). O King não vem com estepe, mas vem com kit de reparo com selante e compressor. Quando o assunto é segurança, o novo modelo da BYD não investe em ADAS (Advanced Driver-Assistance Systems), os sistemas de direção semiautônoma que hoje são populares nos carros mais equipados. O King está limitado a recursos mais mundanos, como sistema de direção assistida elétrica, frenagem inteligente, controle de tração e distribuição eletrônica da força de frenagem.
Experiência a bordo
Conservadorismo interno
Com linhas contínuas que fluem do painel, a espaçosa cabine do King não ostenta detalhes chamativos ou grandes babados – o visual contrasta até com a modernidade do exterior. No interior do sedã, em vários tons de cinza, o ambiente predominantemente sóbrio chama a atenção pela chamativa tela flutuante de 12,8 polegadas com rotação elétrica multimídia, compatível com Android Auto e Apple CarPlay. O painel de instrumentos Full-View LCD tem 8,8 polegadas e o sistema de cockpit inteligente responde a comandos de voz e pode receber atualizações via sistema Over-The-Air, enviadas remotamente. O modelo oferece rede 4G WiFi e carregador sem fio para o seu celular. O teto solar não é oferecido em ambas as versões, nem como opção. No GS, existem duas zonas de ajuste do ar condicionado.
O seletor eletrônico de marchas é feito por um botão giratório no console central, onde divide espaço com os comandos do ar condicionado e o botão que aciona o modo totalmente elétrico ou híbrido. O banco do motorista é ajustável eletricamente em seis posições – no GS, o banco do passageiro também pode ser ajustado em até quatro posições. Apesar da boa distância entre eixos que libera mais espaço para os joelhos, o conforto no banco traseiro não é tão generoso devido ao piso alto – as baterias ficam posicionadas embaixo dele. Mas, por outro lado, o piso plano facilita a acomodação dos passageiros e há saídas de ar dedicadas e duas portas USB para a traseira. Os cintos de segurança dianteiros possuem pré-tensionamento e alerta sonoro.
Primeiras impressões
Evidências promissoras
São Paulo/SP – A prova de apresentação de King consistiu em algumas voltas em um minicircuito improvisado com cones no estacionamento vazio do shopping SP Norte, na capital paulista. Dentro das limitações impostas, King deixou boas impressões dinâmicas iniciais. Foi possível perceber que o carro combina a força do motor 1.5 a gasolina com o elétrico para oferecer rápida recuperação de velocidade – de zero a 100 km/h pode ser feito em 7,9 segundos na versão GL e em 7,3 segundos na GS. A velocidade máxima de ambas as configurações está limitada a 185 km/h. Ao correr, o sedã grita, tanto no modo elétrico quanto no modo híbrido. Com transmissão e-CVT e tração dianteira, o pacote entrega respostas rápidas e faz o King, com seus 1.700 quilos, parecer um veículo bem mais leve.
O percurso com rectas curtas e troços sinuosos não permitia maiores extremos e não se notava a falta de sistemas de assistência à condução semiautónomo. Porém, o sedã chinês parecia ser um modelo bem equilibrado e mostrou ter um bom raio de curva. A suspensão MacPherson na dianteira e multilink na traseira aparentemente conseguem manter o Rei “na linha”. Existem modos de condução econômico, “Normal” e “Sport” – este último efetivamente deixa o sedã com um humor mais inteligente. Os freios, com discos ventilados na frente e discos sólidos na traseira, eram eficientes quando necessário. O volante reto tem boa aderência, com a direção parecendo um pouco mais pesada e firme que a de outros BYDs vendidos no Brasil.
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