A Europa está em alerta depois de uma bactéria mortal ter sido encontrada em viajantes que regressavam ao continente. No Reino Unido, foram confirmados cerca de 15 casos de meningite meningocócica em pessoas que regressaram da Arábia Saudita. De acordo com a instituição Médicos Sem Fronteiraseste é o tipo de meningite mais perigoso e fatal.
O que é meningite meningocócica
A meningite é uma inflamação das meninges, que são membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. Suas principais causas são vírus e bactérias, diferenciando-se em meningite viral e bacteriana.
A meningite meningocócica é bacteriana, causada pela bactéria Neisseria meningitidis (também conhecido como meningococo) e pode afetar pessoas de qualquer faixa etária, mas é mais comum em crianças e adolescentes.
A doença meningocócica é transmitida por gotículas ou secreções do nariz e da garganta de pessoas infectadas com a bactéria. Beijar na boca, tossir e espirrar são as principais formas de transmissão.
Algumas pessoas podem até possuir e transmitir a bactéria sem parecerem doentes.
A bactéria meningococo causa meningite meningocócica – Foto: Reprodução/Tatiana Shepeleva/Adobe StockSintomas de meningite meningocócica
Um dos grandes perigos da meningite meningocócica é que seus sintomas iniciais podem ser confundidos com gripe ou dengue. Quando os sinais permanecem por muito tempo e a pessoa faz o diagnóstico, a doença pode estar em um estágio mais avançado.
De acordo com Ministério da Saúde, é importante ficar atento a sinais como febre, dor de cabeça e rigidez de nuca. Muitas vezes há outros sintomas, como mal-estar, náuseas, vômitos, fotofobia (aumento da sensibilidade à luz) e alteração do estado mental (confusão).
Se não for tratada em seu estágio inicial, outros sintomas mais graves de meningite bacteriana podem surgir com o passar do tempo, como convulsões, delírio, tremores e até levar ao coma.
Febre, dor de cabeça e rigidez no pescoço estão entre os primeiros sinais da doença. Mas é preciso ter cuidado para não confundir com gripe ou dengue – Foto: Reprodução/Johnce/iStockDoença tem alta letalidade
Como a meningite meningocócica evolui rapidamente, é imprevisível. Isso porque a proliferação da bactéria acontece rapidamente e, ao chegar ao sangue, o corpo gera uma inflamação muito forte e tem queda brusca de pressão, entrando em choque.
Dados de Comissão Intersetorial de Vigilância em Saúdevinculado ao Conselho Nacional de Saúde, mostram que, entre 2017 e 2022, foram registrados 4.251 casos de meningite meningocócica no país, sendo que cerca de 23% resultaram em óbito. As maiores vítimas foram pessoas com mais de 40 anos e a região Sul registou o maior número de casos.
Quanto mais cedo o diagnóstico e o tratamento forem realizados, maiores serão as chances de cura. No entanto, 11 a 19% dos sobreviventes ficam com sequelas, que podem incluir perda auditiva, amputação de membros, alterações neurológicas e cicatrizes na pele.
Prevenção da meningite meningocócica
A prevenção da meningite meningocócica é feita por meio da vacinação, disponível na rede privada ou por meio de Sistema Único de Saúde (SUS).
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