A luta contra o câncer de mama metastático fez com que Samantha Leal, carioca e moradora de São José, na Grande Florianópolis, encontrasse uma nova paixão. A descoberta começou há dois anos, quando ela fez uma viagem à Itália e visitou a cidade de Milão.
Lá conheceu Santa Ágata, padroeira das mulheres com câncer de mama. Samantha entendeu que seu novo propósito seria ajudar outros pacientes a superar esse momento com mais conforto e segurança.
Nesse mesmo período, a doença de Samantha evoluiu e tornou-se mais agressiva, progredindo para os pulmões. Inspirada nos desconfortos que sentia durante exames e tratamentos, desenvolveu a Santa Agatha Onco Clothes, marca de peças personalizadas que facilita o dia a dia dos pacientes oncológicos.
“Achei que se eu tivesse essa necessidade, outras pessoas também poderiam ter. Queria fazer algo acessível, prático e confortável para este momento. E por que não lindo?”, conta ao repórter.
Peças buscam proporcionar conforto e segurança
As roupas Santa Ágatha Onco Clothes foram desenvolvidas especialmente para mulheres com câncer. Possuem zíperes na gola e nas mangas, que visam trazer mais conforto e segurança para quem utiliza cateteres de medicação, coleta sangue e faz hemodiálise, por exemplo.
“Estamos estudando roupas para cadeirantes e próteses, além de modelos com velcro e outros fechos”, explica Samantha.
Segundo o empresário, os tecidos são confortáveis para o uso diário e vêm em diversas variações, como 100% algodão, Dryfit (para atividades físicas) e com fator de proteção solar 50. Todos possuem fios sustentáveis.
Redes sociais impulsionam negócios
A empresária conta que a divulgação da Santa Agatha Onco Clothes começou de forma tímida no Instagram. Porém, em menos de um mês, a loja já conquistou uma legião de seguidores e já tem presença garantida em desfiles.
“O lançamento oficial será durante o Outubro Rosa, mas já temos encomendas até o final do ano. Projetamos um crescimento de R$ 500 mil até janeiro de 2025”, destaca.
A marca firmou parceria com instituições que apoiam mulheres com câncer, como Amucc (Amor e Unidade contra o Câncer)Avoc (Associação Voluntária Cepon) e Rede Feminina de Combate ao Câncer (Governador Celso Ramos).
“Doamos blusas para arrecadar fundos para essas associações e pretendemos fazer outras campanhas para ajudar. É uma forma de retribuir tudo o que fizeram por mim e pelos pacientes do estado”, acredita Samantha.
Entre os estados do Sul, o índice de mulheres com câncer de mama é maior em Santa Catarina
Segundo dados do Inca (Instituto Nacional do Câncer), Santa Catarina lidera a incidência de câncer de mama entre os estados do Sul do Brasil. São 74,79 casos para cada 100 mil mulheres. No Paraná esse índice é de 41,06 e no Rio Grande do Sul, de 36,60 para cada 100 mil mulheres.
A Dive (Diretoria de Vigilância Epidemiológica) do estado aponta que o câncer de mama é o mais comum entre as mulheres, responsável por 79 em cada 100 mil novos casos de mulheres com câncer. Entre 2018 e 2022, 46.416 mil pessoas, entre homens e mulheres, morreram de câncer em todo Santa Catarina.
Entre 2023 e 2025, o Inca estima que serão diagnosticados 73.610 novos casos de câncer de mama a cada ano, o que representa uma taxa de incidência ajustada de 41,89 casos para cada 100 mil mulheres.
A maioria dos casos ocorre após os 50 anos. Os homens também desenvolvem câncer de mama, mas a incidência nesse grupo é de apenas 1% de todos os casos da doença.
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