A terceira edição da campanha De olho em nossos olhos começa hoje (21) com a missão de conscientizar a população sobre os sinais e sintomas do retinoblastoma, tipo de câncer ocular mais comum em crianças de 0 a 5 anos. Com alcance nacional, a mobilização será realizada em 44 shoppings de 30 cidades brasileiras e contará com a presença de médicos aptos a esclarecer dúvidas sobre a doença e orientar a população sobre o que deve ser feito em caso de suspeita.
Um dos destaques da edição é a chegada do mascote Flash, um gato que simula um dos sintomas visíveis da doença, o olho de gato. O Flash está presente em livretos e materiais distribuídos ao público e à comunidade médica.
O Dia Nacional de Conscientização e Incentivo ao Diagnóstico Precoce do Retinoblastoma foi comemorado na última quarta-feira (18). A data foi criada para alertar a sociedade sobre a importância da detecção precoce do retinoblastoma. As ações da campanha chegam este ano a todos os estados do país, em mais de 600 municípios e contam com parceria com 3,1 mil farmácias na distribuição de materiais de apoio. As informações sobre a doença também serão divulgadas pela mídia, nos estádios de futebol, nos transportes públicos e nas embalagens de fraldas.
A ideia da campanha surgiu quando Lua, filha do casal de jornalistas Tiago Leifert e Daiana Garbin, foi diagnosticada com retinoblastoma aos 11 meses de idade. Ao nascer, ela foi submetida ao Teste do Reflexo Vermelho (RTV), também conhecido como Teste do Olhinho, ainda na maternidade, que não detectou nenhuma anomalia. O casal não consultou mais o oftalmologista. Daiana contou que meses depois, Tiago percebeu algo errado nos olhos da filha. Ela não acreditou e o pediatra descartou qualquer problema. Depois de algum tempo, notaram que Lua apresentava movimentos oculares irregulares. O diagnóstico de tumor avançado em ambos os olhos ocorreu após consulta com oftalmologista.
A falta de informação, segundo Daiana, impediu a detecção precoce da doença. “Perdemos uma janela de oportunidade de termos sido diagnosticados mais cedo por falta de informação. Não sabíamos que deveríamos ter pedido ao pediatra para fazer esse exame”, lembra Garbin.
Ela destaca a necessidade de os médicos realizarem exames oftalmológicos da criança a cada três meses, nas consultas de rotina, e de as crianças realizarem exame de fundo de olho com avaliação ao completarem o primeiro ano de vida. “Por isso entendemos que as informações de saúde precisam sempre ser replicadas, porque na correria do dia a dia as pessoas acabam esquecendo. Ainda mais quando falamos de doenças raras e pouco conhecidas”, explica Daiana.
No Hospital GRAACC de São Paulo, referência no tratamento da doença, cerca de 12% a 15% dos novos casos de retinoblastoma são extraoculares, ou seja, escaparam de dentro do olho, causando metástases e colocando em risco a vida da criança . Segundo a oncologista pediátrica do GRAACC, Carla Macedo, o Brasil registra de 250 a 300 novos casos da doença por ano. No mundo, esse número gira em torno de 8 mil.
Sintomas
Os sintomas mais comuns da doença são a leucocoria, ou olho de gato, em que a pupila pode apresentar uma área branca e opaca ao contato com a luz refletida, visível em fotos tiradas com flash. Tremores nos olhos e alterações na posição dos olhos, como o desvio ocular, conhecido como estrabismo, também são sinais que aparecem com frequência. Em todos esses casos, os médicos recomendam que a criança seja levada ao oftalmologista para exames completos.
A pediatra explica que o retinoblastoma pode acometer os dois olhos ou apenas um. Quando afeta os dois olhos, significa que a doença é hereditária, causada por comprometimento do gene RB, associado à doença. Quando ocorre em apenas um olho, os médicos costumam classificá-la como uma doença esporádica. Carla Macedo reforça ainda a necessidade da realização do teste do reflexo vermelho logo após o nascimento e durante consultas regulares com o oftalmologista. “Quando diagnosticado precocemente e tratado em centros de referência, a chance de cura é de 90%. A grande preocupação é quando demora muito para ser detectado e esse tumor sai do olho, resultando em metástases, que colocam em risco a vida da criança. Quanto antes a doença for identificada, maiores são as chances de cura”, alerta o médico.
Por isso Tiago e Daiana decidiram falar publicamente sobre o caso de Lua, para conscientizar e ajudar outras famílias a conseguirem tratamento mais cedo. A campanha, iniciada em 2022, deu origem à organização não governamental De Olho nos Olhinhos. Além de promover a conscientização sobre a doença e a importância do diagnóstico precoce, a instituição ajuda famílias de todo o Brasil a encontrar médicos, realizar exames e chegar a centros de referência em caso de diagnóstico confirmado.
Tratamento
O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamento e acompanhamento dos casos de retinoblastoma de forma abrangente e gratuita. Oncologista pediátrica do GRAACC, Carla Macedo explica que o tratamento do retinoblastoma deve ser realizado por uma equipe multidisciplinar, com oncologista, radioterapeuta, oftalmologista, enfermeiro especialista e radiologista intervencionista, responsável pelo planejamento baseado na idade e no tamanho do tumor.
Segundo ela, podem ser utilizados quimioterapia intravenosa, intra arterial, intra vitria (diretamente no olho), laser ou crioterapia. “Existem diversas ferramentas de diversas modalidades que podem ser usadas em conjunto para salvar o olho da criança. Freqüentemente, existem vários tratamentos juntos em cada olho. Com essas modalidades de tratamento, temos maiores chances de salvar o olho e ainda proporcionar uma visão útil”, afirma o oncologista.
No caso de tumores muito avançados, a criança pode ter problemas de visão ou precisar de remoção do olho (enucleação). Foi o que aconteceu com o jornalista, escritor e criador de conteúdo digital Fernando Campos, de 31 anos. Ele foi diagnosticado em Natal, no Rio Grande do Norte, quando tinha um ano e meio de idade, depois que algumas pessoas notaram uma mancha branca em seu olho.
“Foi um choque para a família, porque ninguém espera ser diagnosticado com câncer, mas meus pais procuraram um tratamento de referência e encontraram na Filadélfia (EUA). Lá fiz quimioterapia e radioterapia, mas chegou um momento em que o tumor não respondia ao tratamento e já havia risco de se espalhar para outros órgãos. Então foi necessário fazer enucleação e comecei a usar próteses. Foi assim que perdi a visão, mas venci o câncer”, disse Fernando.
Após vencer a batalha de Fernando contra o câncer, a família, inspirada na instituição que os recebeu nos EUA durante o tratamento, fundou a Casa de Durval, em Natal, para oferecer abrigo a famílias em situação de vulnerabilidade com crianças que têm câncer infantil. -juventude. “Nosso principal foco é o diagnóstico precoce, o que aumenta muito a chance de cura do câncer infantil, principal causa de morte pela doença em crianças em nosso país”, destacou o jornalista.
Fernando afirmou ainda que viver sem a visão sempre foi muito natural, pois sua família sempre o incentivou a enfrentar desafios. “Costumo dizer que seria muito mais difícil perder a visão quando fosse mais velho ou voltar a vê-la agora porque teria que reaprender muitas coisas. Minha família sempre me criou muito no mundo. Claro que havia coisas que eu não podia fazer porque era cego, mas é assim com outras pessoas que não podiam fazer outras coisas por outros motivos”, concluiu.
Tiago Leifert e Daiana Garbin conversarão hoje (21) sobre o tema com o público dos shoppings Eldorado e Taboão, em São Paulo. Se você suspeitar de retinoblastoma, consulte um oftalmologista. Você pode entrar em contato com a ONG para obter ajuda através do email:ajuda@deolhonosolhinhos.org
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