No mês em que se comemora o Dia Mundial da Conscientização sobre a Dissecção Aórtica, 19 de setembro, a Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular – Região São Paulo (SBACV-SP) promove a campanha Pense Aorta, para divulgar informações sobre a dissecção aórtica, uma doença rara e doença grave que muitas vezes não é identificada de forma imediata e clara, comprometendo a eficácia do tratamento. O público-alvo da campanha é a sociedade em geral e os profissionais de saúde.
Segundo a SBACV-SP, a dissecção aórtica é uma condição caracterizada pela ruptura da camada interna da aorta, principal artéria do corpo. Essa ruptura pode dividir a parede da aorta, comprometendo o fluxo sanguíneo para órgãos vitais. Os principais sintomas incluem dor intensa no pescoço, costas ou abdômen, muitas vezes descrita como uma sensação de lacrimejamento interno.
O diagnóstico é feito através de exames como angiotomografia ou ecocardiograma, sendo necessário tratamento urgente para evitar complicações.
A prevenção envolve o controle dos fatores de risco e acompanhamento médico regular, principalmente para pessoas com histórico familiar ou predisposição genética.
Segundo a entidade, entre as ações de orientação e prevenção, estão campanhas e eventos sobre o diagnóstico correto. Neste sábado (21), o Hospital Santa Marcelina realiza sua 15ª edição de atendimento gratuito com coordenação de angiologista e cirurgião vascular.
“Em setembro, além das ações de conscientização em alguns hospitais, a SBACV-SP dedicará parte do seu Encontro Científico não apenas ao estudo da evolução dos tratamentos, mas também à discussão da relevância das campanhas lideradas por pacientes ao redor do mundo. Daremos atenção especial aos impactos dessas iniciativas nas políticas públicas de saúde e no fomento à pesquisa científica”, afirmou a Diretora Científica da SBACV-SP, Grace Mulatti.
Mortalidade
Segundo dados da SBACV-SP, baseados em estudo do professor de Cirurgia Vascular e Endovascular da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Pedro Puech-Leão, a taxa de mortalidade por dissecção de aorta é de 2,3 por 100 mil habitantes, isto é, 2.000 novos pacientes serão diagnosticados a cada ano. Globalmente, estima-se que ocorram anualmente 16 novos casos por 100.000 habitantes.
Segundo a entidade médica, os números do Brasil mostram a urgência de melhorar as estratégias de diagnóstico e tratamento, especialmente devido à subnotificação e falta de diagnósticos em muitos casos.
“A questão da subnotificação está potencialmente relacionada à dificuldade de fazer o diagnóstico. Estudos mostram que aproximadamente um terço dos casos não é diagnosticado na primeira visita do paciente ao pronto-socorro, o que pode resultar em piores resultados de sobrevida dessa população”, alerta a SBACV-SP.
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