É flexível? Se ‘esticar’ pouco eleva risco de morte precoce

Um estudo realizado no Brasil com a participação de parcerias estrangeiras publicado nesta quarta-feira (21), revelou que ter um corpo inflexível está associado à morte precoce em homens e mulheres adultos.

O estudar publicado no Scandinavian Journal of Medicine & Science in Sports, utilizou dados de mais de 3.000 indivíduos com idades entre 46 e 65 anos, coletados de 1994 a 2023.

Foram levadas em consideração informações sobre flexibilidade corporal, IMC, idade, sexo, altura, peso e estado de saúde atual (saudável ou doente).

Segundo os pesquisadores, “todas as avaliações ao longo do período de quase 29 anos foram realizadas de forma consistente por uma equipe de cinco médicos esportivos e de exercício altamente qualificados, devidamente treinados para obter resultados válidos ao usar a ferramenta de avaliação”.

Pessoas com corpos inflexíveis são mais propensas à morte precoce

Homens inflexíveis têm duas vezes mais probabilidade de morrer, enquanto as mulheres têm cerca de cinco vezes mais probabilidade – Foto: Freepik/ND

Com base em um teste, denominado Flexitest, percebeu-se uma forte relação entre baixos níveis de flexibilidade corporal e maior mortalidade em homens e mulheres de meia-idade.

As causas de morte precoce foram categorizadas em quatro grupos principais, nomeadamente doenças cardiovasculares, cancro, doenças respiratórias e outras causas.

Nos homens, a taxa de mortalidade foi de 21,2% no grupo que apresentou menor escore de flexibilidade, enquanto o grupo com maiores escores apresentou mortalidade de apenas 7,8%.

Nas mulheres, a taxa de mortalidade foi de 15,4% no grupo com pontuações mais baixas, enquanto o grupo com pontuações mais altas teve uma taxa de 2%.

Segundo os investigadores, mesmo após ajuste para idade, IMC e estado de saúde, os resultados ainda mostraram uma associação significativa entre pouca flexibilidade e risco de mortalidade.

Veja como foi feito o teste

Imagem ilustrativa de um movimento Flexitest – Foto: Scandinavian Journal of Medicine & Science in Sports

O Flexitest é um método padronizado desenvolvido na década de 1980 para avaliar a amplitude de movimento (ADM) de 20 movimentos articulares em sete grupos articulares: tornozelo, joelho, quadril, tronco, punho, cotovelo e ombro.

“A medição é feita de forma passiva, através de uma execução lenta e gradual do movimento até atingir a amplitude máxima. Uma vez atingida a amplitude máxima, ela é comparada com mapas de avaliação padronizados”, diz trecho do estudo.

Cada jogada recebe uma pontuação de 0 a 4, com base nos mapas de avaliação. A pontuação é determinada comparando o intervalo alcançado com os níveis padronizados. A soma das pontuações dos 20 movimentos articulares resulta no “Flexindex”, que varia de 0 a 80.

Confira um vídeo feito pelos pesquisadores: