A psicanálise auxilia no desenvolvimento comportamental do paciente com análises individuais em sessões para avaliar o progresso e evolução do indivíduo. Mas o que acontece com a população que, por questões financeiras, sociais ou por falta de informação, não pode comparecer ao consultório?
Com a missão de levar a psicanálise para fora do consultório, algumas ONGs atuam de forma social buscando ajudar moradores de rua, pessoas com doenças sexualmente transmissíveis e famílias que vivem à margem dos grandes centros.
Esse foi o tema do 9º episódio do podcast A Coisa + Aleatória em que a apresentadora Marta Gomes e a psicanalista Bianka Any Garcia receberam Marília de Souza, psicanalista e presidente da ONG Gapa SC.
A Gapa é uma ONG (organização não governamental) que surgiu na década de 1980, após o aumento da SIDA e do VIH. Estamos há mais de 30 anos prevenindo, promovendo direitos e acolhendo pessoas com IST (infecções sexualmente transmissíveis).
“É importante trazer essa experiência aqui, para que a gente veja que a psicanálise é possível nesse contexto e para afastá-la desse ideal elitista em que se encontra hoje. Assim saberemos melhor que tipo de escuta e visibilidade é possível dar a essas pessoas que não vão chegar ao escritório”, disse Bianka.
Psicologia, psicanálise e questões sociais
Sobre o início da carreira na psicologia, Marília conta que saiu de Sombrio, no interior de Santa Catarina, em busca de trabalho como psicóloga na capital catarinense.
“Comecei a procurar ONGs na cidade e encontrei brecha, que na época precisava de jovens para atender também um público jovem. Comecei o trabalho e fiquei chocado porque nunca tinha ouvido falar sobre HIV e desigualdade na faculdade. O público LGBT também passou a ser meu público e me interessei cada vez mais por essas questões sociais”, disse Marília.
Como ajudar pessoas em situação de vulnerabilidade social e pessoas com ISTs como o HIV?
Quando se trata de moradores de rua, o importante é ouvir, pois saber o que cada pessoa precisa é fundamental para encontrar uma solução para cada situação.
“Há uma população que não vem até nós, então temos que ir até eles para tentar entender o que eles precisam. Isso é o principal, temos que separar a caridade do trabalho quando usamos a escuta como ferramenta”, afirma Marília.
Mas como toda jornada, desafios e obstáculos surgiram na jornada de Marília.
“Muitas pessoas não sabem nada sobre o VIH, incluindo eu. Tive que estudar como falaria com uma pessoa de 14 anos que mora na rua sobre o HIV. Essa questão de ouvir e ajudar alguém que vive em condições diferentes da minha foi algo que tive que desenvolver”, completou.
Temos que saber lidar com qualquer tipo de pessoa. “Eles têm uma história, um contexto, muitos acabam saindo de casa e outros expulsos”, disse Bianka.
“Aqui em Florianópolis existe muito estigma em relação ao vagabundo que não quer trabalhar, etc. mas acho que uma coisa que passa despercebida é o motivo de eles estarem ali, isso se deve a um mercado inflacionado, acesso limitado ao ensino superior, limitação acesso à saúde… É consequência de uma população que ficou à margem da sociedade e ouvimos muito falar desse estigma de não querer sair da rua”, finalizou Bianka.
Uma coisa + podcast aleatório
O podcast do Grupo ND traz no ar a apresentadora do SC, Marta Gomes, para discutir temas sobre psicologia e psicanálise. Com convidados diversificados e ambiente descontraído, o programa vai ao ar a cada 15 dias e está disponível no Spotify e no ND Play.
A produção do podcast A Coisa + Aleatória é realizada pelo Centro de Projetos Multimídia do Grupo ND, que trabalha com inovação e criação de novos produtos em jornalismo.
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