Ó Ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), defendeu as ações do Tribunalque é acusado por membros dos poderes Executivo e Legislativo de invadir as competências de outros poderes do governo.
Magistrados têm sido alvo de críticas por causa da decisão de descriminalizar o porte de maconha para uso pessoal.
“Se tudo acabar no Judiciário, é uma falha dos demais órgãos de decisão da sociedade”, disse Toffoli nesta quinta-feira, 27, durante o Fórum de Lisboa.
O ministro foi aplaudido pela plateia de advogados e empresários que participaram do evento organizado pelo Instituto de Direito Público (IDP), que tem como titular o reitor do STF Gilmar Mendes.
A palestra de Toffoli foi a de maior prestígio até à data no “Gilmarpalooza”, como foi apelidado o Fórum de Lisboa por reunir poderosos do sector público e privado na capital portuguesa, em pleno verão europeu, para discussões e encontros políticos.
“Os demais órgãos decisórios e a própria sociedade querem uma certidão transitada em julgado. Não se respeita um contrato sem certidão transitada em julgado. Aí reclamam do Poder Judiciário”, disse o ministro no auditório principal da Faculdade de Direito de a Universidade de Lisboa.
“A política foi vilipendiada nos últimos 10, 15 anos. Isso fez com que o Judiciário ocupasse um espaço de protagonismo que não pode exercer de forma permanente”, continuou.
O STF acumulou críticas após o julgamento da descriminalização da maconha. Setores conservadores dos poderes Executivo e Legislativo reagiram à norma criada pela Justiça que definia usuário como sendo a pessoa que porta até 40 gramas de maconha para uso pessoal.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou na última quarta-feira, 27, que “o STF não precisa se envolver em tudo”.
Toffoli deu um “voto intermediário” durante o julgamento de descriminalização da maconha.
O ministro inicialmente apresentou ampla votação criticando o encarceramento de usuários, mas defendeu que o caso deveria ser discutido no Poder Legislativo.
A posição do juiz foi criticada nas redes sociais e gerou dúvidas entre os telespectadores da votação.
Esta semana, antes do encerramento do caso, ele reconheceu que não foi claro e defendeu a eliminação da pena para o uso de maconha.
A decisão tomada pela maioria do STF também foi alvo de críticas internas.
O ministro Luiz Fux reclamou da decisão de seus pares alegando que “os juízes não são eleitos e, portanto, não expressam a vontade e o sentimento constitucional do povo”.
Fux entende que não cabe ao STF decidir sobre questões como o porte de maconha.
“Essa tarefa é do Congresso, por isso não é o STF quem deve dar a palavra final nas questões onde há dissidência moral e científica. Cabe ao Legislativo, que é o órgão hegemônico de um Estado Democrático”, disse. ponderou em entrevista ao Estadão.
Logo após a decisão do STF, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), determinou a instalação de uma comissão para analisar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC), já aprovada no Senado, que busca criminalizar a posse de qualquer quantidade e tipo de medicamento.
Em entrevista coletiva no Fórum de Lisboa, Lira argumentou que a instalação da comissão não foi uma reação ao Judiciário, mas destacou que há maioria na Câmara para aprovar o texto que derruba a decisão do STF.
Na manhã desta quinta, Gilmar Mendes minimizou as críticas ao tribunal e afirmou que o “STF está muito provocado pela falta de consenso básico no ambiente político”.
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