O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), atribuiu o protagonismo da mais alta instância do Judiciário nas discussões comportamentais e sociais à “falta de consenso básico no ambiente político”, como o acórdão que descriminalizou o porte de maconha . Segundo o ministro, o STF não pede para julgar questões polêmicas.
“Já disse que o Supremo Tribunal não tem lá um colectivo que pergunte as causas; na verdade, é o povo que provoca”, afirmou no 12.º Fórum de Lisboa. “Esse é o modelo constitucional que está em vigor, tanto que vimos discursos de vários líderes dizendo que o acesso ao Supremo Tribunal Federal e a judicialização da política devem ser reduzidos”, continuou. “Isto tem a ver, talvez, com a falta de um consenso básico no ambiente político”, acrescentou.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou o STF nesta quarta-feira, 26, por ter decidido que não é crime possuir 40 gramas de maconha para uso pessoal. “O STF não precisa se envolver em tudo. Precisa levar o que há de mais sério em tudo que diz respeito à Constituição e se tornar dono da situação, mas não pode pegar nada e discutir, porque aí começa a criar um rivalidade que não é boa, a rivalidade entre quem manda, o Congresso ou o Supremo”, disse.
Na avaliação de Gilmar, o presidente fez “uma autocrítica ao próprio sistema, que permite que o Supremo seja provocado a todo momento”. O ministro destacou ainda que o PT, partido de Lula, foi um dos partidos que mais acionou o STF nos governos anteriores, mas que agora outros partidos assumiram esse papel.
A decisão dos magistrados de descriminalizar a maconha, com votos de sete dos 11 membros, também foi alvo de autocrítica. O ministro Luiz Fux reclamou da decisão de seus pares alegando que “os juízes não são eleitos e, portanto, não expressam a vontade e o sentimento constitucional do povo”.
Fux entende que não cabe ao STF decidir sobre questões como o porte de maconha. “Essa tarefa é do Congresso, por isso não é o STF quem deve dar a palavra final nas questões onde há dissidência moral e científica. Cabe ao Legislativo, que é o órgão hegemônico de um Estado Democrático”, disse. ponderou em entrevista ao Estadão.
Em discussão nesta quinta-feira, 27, no Fórum de Lisboa, evento organizado pela instituição de ensino superior Gilmar, a vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão (PP), afirmou que a fala de Fux foi “um alerta”. O político participou de painel sobre judicialização da política. Participaram do debate a senadora Eliziane Gama (PSD-MA), o deputado Marcos Pereira (Republicanos-SP), o ex-procurador-geral da República Augusto Aras e o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Humberto Martins.
“Causa constrangimento para os próprios ministros levantarem temas tão polêmicos que provocam reação na Câmara, que arquiva diversos projetos que podem ser mais fortes do que aquilo que o STF tratava”, afirmou.
Logo após a decisão do STF, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), determinou a instalação de uma comissão para analisar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC), já aprovada no Senado, que busca criminalizar a posse de qualquer quantidade e tipo de medicamento. Em entrevista coletiva no Fórum de Lisboa, Lira argumentou que a instalação da comissão não foi uma reação ao Judiciário, mas destacou que há maioria na Câmara para aprovar o texto que derruba a decisão do STF.
Já o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, rebateu as críticas à decisão da Corte. O juiz afirmou que o debate sobre a descriminalização da maconha é da competência do tribunal. “Não há assunto mais pertinente do que este para o Supremo Tribunal. Normalmente é um assunto da competência do Judiciário”, disse Barroso na quarta-feira.
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