Apesar de ter dito que não pretende, por enquanto, discutir a reeleição em 2026, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou esta semana que poderá ser candidato caso seja “necessário”. A necessidade citada por Lula seria evitar que “trogloditas voltem a governar”. Sem citar nomes, mas falando em um “governo de negacionistas”, a mensagem foi dirigida ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que segue inelegível até 2030 por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Fora das eleições, Bolsonaro organiza a linha de possíveis herdeiros de seu legado político. Os principais nomes são os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo, Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais, e Ronaldo Caiado (União), de Goiás. Mais discretos, mas também de olho em 2026, os governadores do Paraná, Ratinho Júnior (PSD) e do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), acompanham o desempenho da popularidade de Lula nas pesquisas.
Em geral, estes nomes nunca confirmam que concorrerão à presidência, mas destinam-se a calibrar a exposição pública. Segundo o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, será o próprio Bolsonaro quem decidirá os candidatos a presidente e vice-presidente do seu partido em 2026.
Outra possível candidata à República seria Michelle Bolsonaro, esposa de Jair e atual presidente do segmento feminino do partido, o PL Mulher. O marido, porém, já afirmou que ela deveria “começar devagar” e disputar uma vaga no Senado antes de dar o passo mais ousado rumo ao Palácio do Planalto. Como mostra o EstadãoMichelle foi preparada nas fileiras do PL para ser uma espécie de ‘plano B’, e fez disparar as candidaturas femininas no partido.
Em maio, pesquisa Genial/Quaest apontou que Tarcísio e a ex-primeira-dama são os nomes mais cotados para concorrer ao comando do Executivo federal no lugar do ex-presidente. No mês anterior, uma pesquisa do Instituto Paraná Pesquisas com cenários estimulados mostrou o presidente Lula à frente em todos os cenários apresentados, sendo Michele e Tarcísio os adversários que receberiam mais votos. Veja o que dizem os principais candidatos à disputa de 2026.
Lula
Diferentemente do que disse na campanha presidencial de 2022, quando afirmou que, se eleito, não buscaria a reeleição ao final do mandato, Lula agora vê essa possibilidade. “Todo mundo sabe que não é possível um cidadão de 81 anos querer a reeleição”, disse na época. Nesta semana, o petista afirmou que precisa avaliar seu estado de saúde antes de decidir se tentará a reeleição e que, se entrar na empreitada, será para evitar o retorno dos “trogloditas” ao país. governo do país.
O presidente acrescentou, porém, que entrar ele mesmo na disputa não é a primeira hipótese e que há “muita gente boa para ser candidato”.
Tarcísio de Freitas
Em meio às críticas dirigidas por Lula ao governador de São Paulo, que envolvem sua relação com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, Tarcísio disse nesta quarta-feira, 19, que o presidente está “viajando” ao imaginá-lo como um adversário no Eleições gerais de 2026.
Tarcísio é a aposta de alguns analistas, que colocam o governador como candidato a Presidente da República, tendo Campos Neto como seu ministro da Fazenda. Tarcísio já afirmou diversas vezes que não pretende concorrer à presidência nas próximas eleições, até porque poderá concorrer à reeleição para mais um mandato no Palácio dos Bandeirantes – ao contrário de Zema e Caiado, que já foram reeleitos e devem deixe a posição no final. do mandato.
Como apurou o EstadãoTarcísio de Freitas disse reservadamente que pensa mais na reeleição em São Paulo.
Romeu Zema
Na semana passada, o governador de Minas Gerais afirmou que “é possível” formar chapa com Caiado, para concorrer à Presidência da República em 2026. Em resposta anterior, o governador considerou que as pesquisas que testam o nome dele e de Caiado são “ muito prematuro” e disse esperar que um grupo de governadores de centro-direita se reúna para definir um candidato de consenso. Em julho do ano passado, o governador afirmou que preferia apoiar alguém do que ser ele próprio candidato em 2026.
Ronaldo Caiado
O governador de Goiás já disse publicamente que quer concorrer à presidência em 2026 e que, quando chegar a hora, colocará seu nome à disposição do União Brasil. O jogador goiano vem trocando elogios com Zema nos últimos meses.
Entre os que buscam a herança de Bolsonaro, Caiado é o único que já tem experiência de campanha presidencial, concorrendo como candidato pelo PSD na disputa de 1989, quando obteve menos de 1% dos votos. Foi ele também quem saiu na frente e anunciou publicamente, em abril deste ano, o desejo de concorrer em 2026.
Rato Júnior
Segundo pesquisa do Paraná Pesquisas e Quaest, as mesmas que colocaram Tarcísio e Michelle como os candidatos mais fortes contra Lula em 2026, Ratinho Jr. continua crescendo como candidato de centro-direita para 2026. Mesmo tendo crescido nas pesquisas , o governador do Paraná não colocou, por enquanto, seu nome como opção de sigla para as eleições presidenciais. “O momento exige que cada governante reflita sobre como podemos contribuir para tornar o país melhor. Agora não é hora de discutir nomes, mas sim projetos que melhorem a vida dos brasileiros”, disse ele em entrevista à revista Veja no mês passado. .
Aliados apontam que Ratinho, apesar de estar no segundo mandato como governador, não tem pressa em concorrer, até porque tem apenas 43 anos, como mostra o Estadão.
Eduardo Leite
O governador, que se preparava para ser um nome alternativo à polarização ou aderir a outro partido, diz que neste momento “não é possível sequer pensar em eleição”. Leite viu grande parte do estado ser destruída pela catástrofe climática que atingiu o Rio Grande do Sul em maio e junho, e ninguém tem a menor ideia de como sua imagem sairá da tragédia. “Não dá nem para pensar em eleição. Se conseguirmos reconstruir a vida dessas pessoas, acho que teremos uma grande vitória”, disse Leite.
Luciano Huck
Único sem mandato e sem filiação a nenhum partido, o apresentador Luciano Huck, que já investiu nas conversas e se lançou como alternativa “isenta” às eleições de 2018 e 2022, voltou a falar sobre uma aventura para a Presidência da República a República. Em entrevista ao podcast PodPah, em junho do ano passado, Huck mais uma vez se opôs à polarização política do país e disse que “não tem medo” de concorrer, mas que também “não tem essa vaidade”. “O que eu sei é que não saí do debate. A fumaça não volta para a garrafa, entendeu?”, questionou o apresentador, falando sobre o desejo de viver em um país mais justo e categorizando a direita como “intransigente ” e a esquerda como “tarde”.
Hélder Barbalho
O governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), foi apontado como possível vice-presidente do presidente Lula em 2026. Em abril, o governador disse ao Estadão que pretende concorrer nas eleições de 2026, mas por uma vaga no Senado. Barbalho afirmou, porém, que seria “um erro brutal” focar já nas futuras eleições, uma vez que sua prioridade é o Estado do Pará e ele ainda está no meio do segundo mandato como governador.
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