O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, defendeu hoje, dia 22, a reforma tributária e um sistema progressivo de pagamento de impostos.
“O Brasil é um país em que o empregador paga menos imposto de renda que o empregado”, disse ele, em Oxford, durante o Fórum Brasil Reino Unido. No evento realizado anualmente por estudantes do Reino Unido e do qual é patrono desde 2016, ele também avaliou que há inflação estável no país, que os investimentos do setor privado são o maior gerador de riqueza, destacou a importância do Brasil neste momento de transição energética e defendeu a regulamentação das plataformas digitais. “Precisamos tornar a mentira errada novamente.”
Seu discurso foi baseado em dez itens que considera fundamentais para uma agenda constitucional para o Brasil.
“O Brasil é um país que viveu e ainda vive essa polarização global com muita dificuldade em estabelecer alguns denominadores patrióticos comuns – no verdadeiro sentido do termo patriota”, disse.
O primeiro valor apresentado pelo juiz é a democracia constitucional, que está no artigo primeiro da Constituição.
“A democracia foi a ideologia vitoriosa do século XX, tendo derrotado todas as alternativas que se apresentavam: comunismo, fascismo, nazismo, regimes militares e fundamentalismo religioso”, afirmou. “A democracia constitucional tem lugar para todos os que sabem respeitá-la: liberais, conservadores, progressistas, só não tem lugar para quem não está disposto a respeitar as regras do jogo e a respeitar os resultados eleitorais”, disse.
O segundo item apresentado por Barroso foi o combate à pobreza, que, segundo ele, atinge 30% da população brasileira. Ele lembrou a aprovação da reforma tributária para simplificar o sistema, mas ressaltou que ela continua extremamente regressiva e concentradora de renda.
“Sem mudar o sistema tributário não conseguiremos fazer uma redistribuição adequada de rendimentos”, argumentou. Ao ilustrar um caso pessoal, concluiu que o Brasil é um país em que o empregador paga menos imposto de renda do que o empregado. “Evidentemente há algo errado com este modelo.”
O terceiro ponto está ligado ao desenvolvimento económico. O presidente do STF citou a limitação da expansão da atividade doméstica e um “grave problema de produtividade” ainda no Brasil. O quarto item que destacou foi a “prioridade máxima” para o ensino básico, destacando que a falta de atenção ao tema levou a um atraso na história nacional. O quinto valor mencionado e que, segundo o juiz, é “muitas vezes negligenciado” foi a segurança pública.
A sexta diz respeito ao investimento em ciência e tecnologia. Barroso afirmou que as empresas mais valiosas do mundo hoje já não fabricam automóveis nem extraem petróleo. Estão ligadas à tecnologia, como Apple, Amazon, Facebook, Google e Microsoft e NVIDIA. “Se não investirmos em ciência e tecnologia, continuaremos como exportadores de commodities e queremos ir além disso”, afirmou.
“Acho que esta é uma agenda extremamente importante neste mundo em que precisamos até de regular as plataformas digitais”, continuou.
O sétimo ponto foi o saneamento básico.
“É escandaloso que um país com a riqueza que o Brasil tem ainda tenha níveis extremamente insatisfatórios de saneamento básico”, criticou, destacando que esta deve ser vista como a principal política de saúde pública. O oitavo está relacionado à moradia popular, outro direito constitucional, segundo ele. Barroso elogiou o grande esforço do governo nesse assunto, citando o programa Minha Casa é Minha Vida, retomado no ano passado.
O nono item está relacionado à sustentabilidade e, segundo o ministro, o Brasil tem que assumir seu papel de grande líder ambiental global.
“Esse é o nosso papel na história neste momento”, enfatizou, dando amplo espaço também à necessidade de preservação da Amazônia e ao compromisso internacional do país com o desmatamento líquido zero até 2030. Para finalizar, o presidente do STF destacou a estabilidade institucional. “Fomos um dos poucos países do mundo que conseguiram resistir ao populismo extremista que se espalhou pelo mundo e vitimou democracias como a Hungria, a Polónia, que se recuperou, a Turquia, a Rússia, a Venezuela, a Nicarágua”.
Durão Barroso disse que o país tem estabilidade monetária há muitos anos, que a inflação está controlada, que houve uma inclusão social significativa, apesar da recessão dos últimos anos, e que tem uma tradição pacífica.
“Continuamos sendo um grande atrativo para investimentos com muito a ser feito em termos de infraestrutura, portos, aeroportos, rodovias, ferrovias, hidrovias, construção civil de habitação popular, saneamento básico, enfim, muita coisa acontecendo”,
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