O ex-policial militar Ronnie Lessa —assassino confesso da vereadora Marielle Franco (PSOL)— foi transferido para a penitenciária de segurança máxima de Tremembé, no início da tarde desta quinta-feira. Localizado no interior de São Paulo, no Vale do Paraíba, o presídio, inaugurado na década de 90, possui seis pavilhões e ocupa uma área de 38.490,00 m².
A Penitenciária “Tarcizo Leonce Pinheiro Cintra”, P1 em Tremembé, possui canil e horta, onde os presos podem trabalhar. O presídio também conta com campo de futebol de terra e espaço para os presos tomarem sol.
Lessa foi transferido pela Polícia Penal Federal da Penitenciária Federal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, para o local na tarde desta quinta-feira. Ele foi internado às 13h46. A Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) informou que o ex-PM ficará em observação por 20 dias em uma cela de 9m².
Atualmente, a penitenciária está superlotada, segundo dados da SAP. A capacidade é para 1.491 presos, e atualmente conta com 2.164 pessoas cumprindo pena lá.
A transferência para o P1 em Tremembé é um dos benefícios do acordo de colaboração premiada firmado com a Polícia Federal e a Procuradoria-Geral da República em relação aos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.
Em seu depoimento, Lessa contou detalhes de como o crime teria sido planejado e nomeou os supostos mandantes —Chiquinho Brazão (sem partido) e o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio (TCE-RJ) Domingos Brazão— e aqueles envolvidos, como o delegado Rivaldo Barbosa.
“Os benefícios previstos na delação premiada dependem, obviamente, da efetividade das informações prestadas, uma vez que se trata de meio de obtenção de provas, a serem analisadas durante a investigação processual penal. Isso, porém, não impede, no presente momento, a a transferência solicitada é realizada provisoriamente – enquanto ainda tramita a investigação processual penal do ministro Alexandre de Moraes, no despacho que autorizou a transferência;
Na terça-feira (21), os cinco ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) votaram por unanimidade pelo recebimento da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra os cinco acusados dos assassinatos de Marielle e Anderson, por tentativa de homicídio. assassinato da então assessora da parlamentar Fernanda Chaves, além de organização criminosa.
Além dos irmãos Brazão e do ex-chefe da Polícia Civil do Rio, os policiais militares Ronald Pereira e Robson Calixto Fonseca tornaram-se réus e responderão à ação penal. Todos negaram participação nos crimes.
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