Lula e Juscelino se encontram em primeiro evento público após indiciamento de ministro pela PF

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, se reunirão no primeiro evento público após o indiciamento do auxiliar pela Polícia Federal no dia 12 de junho. Ambos estarão juntos em evento em São Luís, no Maranhão, estado do Filho, para divulgar obras e ações de conectividade para alunos da rede pública estadual de ensino.

A Polícia Federal indiciou o ministro das Comunicações por organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção passiva em inquérito que investiga suspeitas de uso indevido de emendas parlamentares para pavimentação de ruas em Vitorino Freire, no interior do Maranhão, quando ele ainda era deputado federal.

Em nota, Juscelino Filho afirmou que a investigação “parece ter se desviado do objetivo original” e repete os métodos da Lava-Jato. “O indiciamento é uma ação política e previsível, que parte de uma investigação que distorceu premissas, ignorou fatos e nem ouviu a defesa sobre o alcance da investigação.

Não há absolutamente nada que envolva a minha atuação no Ministério das Comunicações”, afirmou o ministro, reclamando que a PF fez uma “investigação” sobre ele e sua família e concluiu:

É a primeira vez que um integrante da primeira instância do atual mandato de Lula é indiciado, o que aumentou a pressão, vinda do PT, pela destituição do ministro, filiado ao União Brasil. Uma troca, porém, é vista como improvável por enquanto no Palácio do Planalto dada a deterioração do governo no Congresso.

Durante viagem pela Suíça na semana passada, Lula afirmou que teria uma “conversa franca” com o ministro quando retornasse ao Brasil:

“Quando eu voltar, vou sentar e descobrir o que realmente aconteceu. Se ele, numa conversa franca com ele, porque eu conto para todo mundo, só você sabe a verdade. Se não fez, lute pela sua inocência”, disse Lula.

No mesmo dia, ao ser novamente questionado pelos jornalistas sobre o indiciamento do ministro, o presidente afirmou que o auxiliar “tem o direito de provar que é inocente”.

“Acho que o fato do cara ter sido indiciado não significa que ele cometeu um erro. Significa que alguém está acusando e a acusação foi aceita. Agora, as pessoas precisam provar que são inocentes”.