Ó Prefeito Ricardo Nunes (MDB) anunciará nesta sexta-feira o coronel reformado da Polícia Militar Ricardo de Mello Araújo, indicado por Jair Bolsonaro, como seu vice na chapa de reeleição para prefeito de São Paulo.
O anúncio será feito durante agenda conjunta entre Nunes e o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) para anunciar a extensão da Linha 5 (Lilás) do metrô até Jardim Ângela. Há também a expectativa de que o presidente da Câmara Municipal, Milton Leite (União Brasil), participe do evento.
Na quarta-feira, em jantar organizado pelo governador Tarcísio de Freitas, os partidos que apoiam o emedebista concordaram que a indicação seria do PL, mas houve discussões sobre o melhor nome. As vereadoras Sonaira Fernandes e Rute Costa, a delegada Raquel Galinatti e a ex-deputada federal Zulaiê Cobra foram algumas das sugestões, mas Araújo, tendo o aval de Bolsonaro, prevaleceu.
A nomeação de Bolsonaro
A escolha do vice-presidente havia sido adiada por Nunes, que argumentou que era necessária negociação entre todos os partidos de sua base —ele espera ter 12 siglas em sua coligação— para chegar a um consenso.
Desde janeiro, o ex-presidente insistia no nome de Mello Araújo, ex-comandante das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), tropa de elite da Polícia Militar de São Paulo, e ex-presidente da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo) (Ceagesp). Mas foi a chegada de Pablo Marçal (PRTB) na disputa que mudou o cenário.
A possibilidade de o treinador angariar uma parcela dos votos do eleitorado de direita foi usada como argumento por Bolsonaro e sua comitiva para pressionar por uma sinalização mais explícita de que o prefeito está alinhado ao Bolsonaroismo, e a nomeação do vice-presidente sugeriu pelo antigo chefe do Executivo nacional seria esse sinal.
Há duas semanas, Marçal foi a Brasília, se encontrou com Bolsonaro e publicou uma foto nas redes sociais. Para quem está próximo do ex-presidente, apesar do apoio a Nunes já estar pacificado há meses, o cadastramento foi uma forma de pressionar o emedebista para resolver mais rapidamente a questão do vice. Funcionou.
Negociações avançadas
Desde então, o movimento se acelerou e Tarcísio entrou em campo para ajudar nas negociações. Nos últimos meses, o governador vinha adotando a mesma linha de Nunes, de que a definição viria depois e de que era preciso conversar com todos os partidos.
Na semana passada, porém, ele mudou seu discurso ao dizer que “acabou com Bolsonaro” ao apoiar Mello Araújo para a chapa de prefeito. Foi Tarcísio quem convocou o jantar no Palácio dos Bandeirantes, em seu aniversário, e convidou as siglas para uma conversa definitiva, além de estar em diálogo com Bolsonaro e Valdemar Costa Neto, do PL, para amenizar eventuais arestas. Nesta sexta, será o governador quem anunciará o nome do vice-presidente.
São Paulo já foi governado por vice-presidentes em diversas ocasiões. Em 2006, José Serra deixou o cargo e assumiu Gilberto Kassab (PSD), que seria reeleito. Em 2018, foi Bruno Covas (PSDB) quem ocupou a cadeira de prefeito depois que João Doria (sem partido) deixou o cargo para concorrer ao governo do estado. Covas também foi reeleito, mas faleceu em 2021 e Ricardo Nunes, seu vice-presidente, assumiu.
Resistências
O discurso oficial de Nunes durante a demora no anúncio de seu vice-presidente é que, diferentemente de seu adversário Guilherme Boulos (PSOL) — que escolheu Marta Suplicy (PT) como vice por recomendação de Lula (PT) —, ele não aceitaria a “imposição” de ninguém, e que valoriza o diálogo democrático. Porém, há outros motivos para ele resistir à indicação de Bolsonaro.
Uma delas é que ele reforçou a “frente ampla” que montou, reunindo partidos de direita e de centro, e há temor de que um vice-presidente, um dos primeiros aliados de Bolsonaro, possa afetar seu desempenho na o segundo grupo.
O fato de São Paulo não ser uma cidade bolsonarista é um ponto de atenção para a pré-campanha, já que a maioria dos paulistanos votou em Lula (53,54%) e Fernando Haddad (54,41%) em 2022. Pesquisa Datafolha divulgada em maio 30 mostrou que Bolsonaro é um padrinho rejeitado por 61% dos eleitores, contra 45% de Lula.
Relacionamento anterior
Nunes não cultiva uma relação próxima com Araújo, e os dois só se encontraram algumas vezes, apenas quando Araújo foi presidente da Ceagesp entre 2020 e 2022. Outro fator levado em consideração é que a chegada de um ex-integrante da Rota na chapa poderia trazer à tona a questão da segurança pública é mais premente, área que o prefeito procura evitar em seus discursos porque a principal competência para resolver o problema é do governo do estado.
Mas, nos últimos dias, o prefeito já vinha adotando uma nova estratégia para se referir ao coronel: destacar seu trabalho na Ceagesp, e não como policial. Nunes disse que ficou “encantado” em saber mais sobre o trabalho de Araújo lá, pois teria posto fim aos esquemas de corrupção e abuso sexual que ali ocorriam.
A escolha de um bolsonarista convicto como vice-presidente de Nunes é uma boa notícia para seus adversários, segundo a Globo. A pré-campanha de Tabata Amaral (PSB) acredita que isso poderia afastar parte dos eleitores centristas da prefeita, que ela poderia atrair.
Coordenação de campanha
O coordenador da pré-campanha, Orlando Faria, diz que isso poderia atrair um eleitorado centrista que votou em Bruno Covas em 2020, que se sentiria alienado pela posição mais Bolsonaro do prefeito. Já para Boulos, é uma chance de trazer ao debate críticas mais contundentes ao ex-presidente e colar a Nunes o distintivo de Bolsonaro, apostando no alto nível de rejeição que Bolsonaro tem na capital.
Entre os partidos que apoiam Nunes também houve objeções. Inicialmente, membros do PP foram contra, mas após conversas chegou-se a um consenso. A União Brasil, porém, foi o partido que mais se opôs à aliança, pois aguardava a oportunidade de indicar seu nome.
O presidente nacional do partido não participou do jantar no Bandeirantes nesta quarta-feira, mas o vereador Milton Leite, principal líder do partido em São Paulo, participou por telefone. Leite tem dito que estará ao lado do prefeito em qualquer cenário, mas o partido tem Kim Kataguiri (União-SP) como pré-candidato e abriu diálogo com Marçal nos últimos dias.
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