Nesta quarta-feira, 19, a Câmara aprovou projeto de lei que facilita o recebimento de benefícios sociais por trabalhadores contratados por safra. A proposta é uma demanda de setores do agronegócio, principalmente ligados à colheita de café em locais como Espírito Santo e Minas Gerais. A votação foi simbólica e o texto agora segue para análise no Senado.
O projeto exclui do cálculo da renda familiar mensal, usada como base para acesso a benefícios sociais como o Bolsa Família, recursos obtidos por trabalhadores que possuem contratos formais de colheita. Dessa forma, será possível trabalhar nas colheitas e ao mesmo tempo participar de programas sociais.
O projeto é de autoria do deputado Zé Vitor (PL-MG), integrante da Frente Parlamentar Agropecuária (FPA), e foi relatado no plenário pelo líder do PT na Câmara, Odair Cunha (MG).
A proposta também permite a inclusão de contratos de colheita de talhão específico no eSocial, para facilitar a comunicação com a gestão do Bolsa Família.
“Na verdade, o contrato de colheita tem uma duração que atende momentos de maior demanda transitória de mão de obra, principalmente no período de plantio ou colheita e para salvaguardar a devida formalização e garantir segurança jurídica ao empregador, também para evitar o medo dos trabalhadores serem excluídos da os benefícios sociais de que usufruem atualmente e que constituem uma importante fonte de apoio familiar fora dos períodos de colheita, inclusive considerando que os salários pagos nestes contratos são baixos, e quase nunca aumentam o valor do salário mínimo, é importante aprovar esse assunto”, argumentou Odair, em sua opinião.
O deputado Gilson Daniel (Podemos-ES) afirmou que muitos dos trabalhadores que saem de estados como a Bahia para colher café no Espírito Santo e em Minas Gerais não querem cadastrar o serviço na carteira de trabalho para não perder benefícios sociais.
“O empregador não pode cadastrar o cartão, mas precisa da mão de obra desse profissional”, disse.
“Muitas dessas pessoas trabalham sem registro, e aí o Ministério do Trabalho tem um papel forte, o Ministério Público do Trabalho e também a Polícia Federal e vai até essa propriedade e prende o empresário, o produtor rural com trabalho análogo ao escravo porque eles não tem registro”, acrescentou o parlamentar.
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