O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) discordou da decisão unânime do BC (Banco Central) de manter a taxa em 10,5%. A manutenção, porém, já era esperada pelo Executivo, que culpa o “ruído” que causou incerteza sobre a capacidade do governo de garantir o equilíbrio fiscal.
A equipe econômica e o Planalto estão em um “acordo justo”. Ao tentarem encontrar formas de cortar gastos, enfrentam resistência interna e no Congresso. Esta instabilidade contribuiu, na opinião do Executivo, para a decisão da autoridade monetária, segundo o Poder360.
O (Comitê de Política Monetária) tomou uma decisão técnica e resistiu ao bombardeio realizado pelo presidente e seus aliados. Criticam a instituição e pedem cortes intensos no indicador. O petista aumentou a pressão sobre os 4 diretores que nomeou (saiba quem são abaixo).
Foram 7 reuniões em que o BC reduziu a Selic. Foram 6 quedas de 0,50 p.p. (ponto percentual) e uma de 0,25 p.p. A taxa básica segue no menor patamar desde dezembro de 2021, quando era de 9,25%.
Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira. Influencia diretamente nas taxas que serão cobradas nos empréstimos, financiamentos e investimentos. No mercado financeiro, impacta no desempenho das aplicações.
PT E LULA AUMENTARAM O TOM
Lula critica frequentemente o alto nível da Selic durante seu 3º mandato no Planalto. Os ataques são direcionados ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. As reclamações se intensificaram nos dias que antecederam a reunião desta quarta-feira (19 de junho).
Como mostra o Poder360, a expectativa pelo fim do ciclo de cortes foi praticamente unânime no mercado financeiro. As projeções sobre a decisão afetaram o ânimo político do petista e de seus aliados.
Na terça-feira (18.jun), o presidente disse que Campos Neto trabalha contra a economia. Afirmou que o chefe da autoridade monetária quer prejudicar o país e tem um lado político.
“Só temos uma coisa que está desajustada neste país: é o comportamento do Banco Central. Isso é uma coisa desajustada. Um presidente que não demonstra qualquer capacidade de autonomia, que tem um lado político, e que, na minha opinião, trabalha muito mais para prejudicar do que para ajudar o país. Não tem explicação para a taxa de juros estar do jeito que está”, declarou o petista em entrevista à rádio CBN.
Lula tem 4 indicados no Banco Central. Só conseguirá obter a maioria dos assentos em 2025, quando terminarem os mandatos de Campos Neto e de outros 2 diretores. Ou seja, a partir de janeiro o Banco Central será controlado pelo Palácio do Planalto. Situação semelhante ocorreu durante o 2º mandato de Dilma Rousseff (PT).
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