O deputado Silas Câmara (Republicanos-AM) assumiu mais uma vez a presidência da Frente Parlamentar Evangélica (FPE) do Congresso Nacional para cumprir a última parte do mandato de dois anos de comando do grupo entre ele e Eli Borges (PL-TO ). Silas faz parte da ala mais antiga da Assembleia de Deus, chamada Missão ou Belém, e é conhecido por ser um líder mais conciliador que Eli, com mais diálogo com o governo.
“Sei que você vai conversar com o ministro, mas nunca esqueça que precisamos garantir a liberdade religiosa, que nesta casa temos o dever cristão de lutar contra a descriminalização das drogas”, disse Eli, ao entregar o cargo . “Estamos aqui para resistir, não para radicalizar.”
A passagem ocorreu nesta quarta-feira, 19, durante o habitual culto semanal realizado pela bancada nas salas de comissões da Câmara dos Deputados. Silas, um dos fundadores da FPE, ocupará a função até fevereiro de 2025, quando haverá uma nova definição da tutela do grupo. Estiveram presentes, entre outros, o presidente do Republicanos e primeiro vice-presidente da Câmara, Marcos Pereira (SP) e o porta-voz da Embaixada de Israel no Brasil, Ou Shaul Keren.
O novo presidente da FPE destaca o alinhamento entre ele e Eli nesse período e afirma que o comportamento da bancada não mudará com ele como presidente. “Não houve mudança na frente, mas sim uma transição. Vamos defender o mesmo, a intransigência é a mesma, o não alinhamento com o governo é o mesmo”, disse.
No início de 2023, a bancada evangélica esteve perto de se dividir devido ao desentendimento entre Silas e Eli sobre quem deveria assumir o comando. A pacificação foi alcançada por meio de um acordo em que ambos se revezariam na presidência do grupo a cada seis meses, com Eli começando na chefia.
Lideranças de frente, como Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) e Cezinha de Madureira (PSD-SP) trabalharam nos bastidores para garantir a unidade do grupo.
A estabilidade do trabalho do grupo entre 2023 e 2024, para Silas, mostra que a questão foi superada e a bancada está unida. “Essa alternância passa até a mensagem de que é possível continuarmos unidos. E quem apostou contra nós perdeu”, disse Silas. “Espero que continue assim.”
A Frente Parlamentar Evangélica tem 203 deputados e 26 senadores e é uma das principais alas conservadoras do Congresso Nacional, ao lado da bancada da bala.
Desde o ano passado, a FPE está na vanguarda da discussão de projetos polêmicos, como se posicionar contra o projeto de lei das fake news e a favor do projeto de lei que equipara o aborto ao homicídio em gestações com mais de 22 semanas e na proposta de alteração do Constituição Federal (PEC) sobre Drogas.
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