O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta segunda-feira, 17, que o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, “se apropriou” dos números apresentados pela equipe econômica sobre a evolução dos gastos federais com “muita atenção”, e abriu um espaço classificado como “importante” para a discussão do tema.
Após prestar depoimento no Planalto, Haddad conversou brevemente com a imprensa ao retornar à sede do Tesouro, em Brasília. Segundo ele, para a reunião realizada anteriormente, a Casa Civil, Planejamento e Finanças preparou diversos gráficos para que Lula pudesse entender a evolução das despesas, e o impacto dessa trajetória, para que o presidente pudesse se familiarizar com os dados e com uma “proposta para resolver essas questões”.
“Não é o primeiro orçamento que ele finaliza, ele já está no décimo ano (de governo), está muito familiarizado e acostumado com esse debate. Mas foi uma reunião muito produtiva, senti que o presidente estava muito mais no controle dos números, ele se apropriou dos números com muita atenção, abriu um espaço importante para discussão dessas questões”, disse o ministro das Finanças.
Haddad afirmou que apresentou a Lula um cenário da evolução das receitas e despesas, além dos principais gastos com programas de governo. Questionado se a desindexação foi discutida no Orçamento, o ministro respondeu que foram discutidos “todos os registos”, sem responder diretamente à pergunta.
Ele citou a experiência de limpeza cadastral realizada a partir do auxílio ao Rio Grande do Sul, levando em conta como essa experiência pode liberar, na esfera federal, espaço orçamentário para acomodar outras despesas, e garantir um nível “adequado”. “de gastos discricionários.
“Aproveitamos até a experiência do Rio Grande do Sul recentemente, o trabalho de limpeza dos cadastros, o que isso pode implicar em termos orçamentários do ponto de vista de liberar espaço orçamentário para acomodar outras despesas e garantir que as despesas discricionárias permaneçam em um nível nível adequado para os próximos anos”, afirmou Haddad.
O ministro repetiu que o presidente ficou surpreso com a redução da carga tributária registrada no ano passado. Durante a reunião, a equipe econômica detalhou a análise do Tribunal de Contas da União (TCU) das contas do primeiro ano do governo.
“(Lula) até se surpreendeu com a notícia de que a carga tributária caiu no ano passado, porque alguns grupos de interesse reclamam e não veem o quadro geral”, disse Haddad.
Segundo Haddad, durante o encontro também foram apresentadas séries históricas desde o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. “Analisamos isso para que ele pudesse ver a evolução tanto no agregado quanto nas unidades contábeis específicas para que ele pudesse fazer um acompanhamento preciso e tomar as decisões corretas para que pudéssemos continuar com a nossa agenda em relação ao PIB, fazer a recomposição para buscar contas de equilíbrio”, reiterou.
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