Errôneo
É enganoso que uma apoiadora do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tenha tido o celular roubado enquanto tirava foto com ele. Quem segurava o aparelho era um homem, que disse ter sido um funcionário da equipe de Lula quem pegou o celular com a intenção de ajudar a tirar as fotos. O celular foi devolvido. O vídeo foi gravado em 2022, mas já voltou a circular.
Conteúdo investigado: Vídeo de Lula andando no meio da multidão e tirando fotos com as pessoas. A certa altura, alguém tira o celular de um homem, que estava ao lado de uma mulher. A legenda diz: “Mulher foi tirar foto com Lula e teve o celular roubado na frente dele”.
Onde foi publicado: Facebook e X.
Conclusão do Comprova: Autor da publicação mente ao afirmar que uma mulher teve o celular roubado enquanto tirava foto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O vídeo, que é verdadeiro mas foi retirado do contexto, já circulou em 2022 e agora se tornou viral novamente. Foi gravada no dia 15 de setembro daquele ano, durante o ato Todos Juntos por Minas Gerais, realizado na cidade de Montes Claros (MG).
Ao contrário do que diz a postagem, a pessoa que estava com o celular era um homem, identificado como Diego Paraíso, e não uma mulher. No momento da primeira repercussão, ele até postou nas redes sociais um vídeo dizendo que a imagem foi tirada de contexto, e que um funcionário de Lula havia levado o celular para tirar uma foto dele, da filha e da avó com o presidente.
“No final do comício o Lula passou para dar um alô, eu estava com minha filha, e teve uma imagem que viralizou, por causa de uma transmissão ao vivo que a equipe do Lula estava fazendo, e um cara da equipe do Lula pegou meu celular telefone para tirar uma foto nossa de frente, da minha avó, que estava no espaço interno onde Lula ia se retirar, e depois devolveu o celular”, disse Paraíso.
O vídeo que desinforma foi cortado (veja a versão sem cortes aqui), e o trecho que viralizou não mostra momentos em que os celulares são devolvidos às pessoas após tirarem fotos.
O autor da postagem investigada também comete o erro de qualificar o ato de pegar o celular como furto. De acordo com explica matéria do Jusbrasilo furto de bens só é considerado roubo quando há uso de violência ou ameaças, e a pena é mais grave. O termo correto seria “roubo”, que ocorre quando a subtração ocorre sem violência ou ameaça. Ainda assim, não houve crime na situação em questão.
Contactado pelo Comprova, Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom) reforçado que o conteúdo é falso e afirmou que repudia “o uso da imagem do presidente para disseminar peças de desinformação, com objetivos políticos”.
Errôneopara o Comprova, é um conteúdo retirado do contexto original e utilizado em outro para que seu significado mude; que utilize dados imprecisos ou que leve a uma interpretação diferente da intenção de seu autor; conteúdo que confunda, com ou sem intenção deliberada de causar danos.
Alcance da publicação: O Comprova investiga conteúdos suspeitos de maior alcance nas redes sociais. No X, a publicação teve 1,6 milhão de visualizações, 3 mil respostas, 5 mil compartilhamentos, 39 mil curtidas e foi salva por 2 mil perfis.
Fontes que consultamos: Para verificação, o A agenda do presidente Lularelatos sobre o ocorrido e o caso viralizando em 2022 e contato foi feito com a Secom.
Por que o Comprova investigou esta publicação: O Comprova monitora conteúdos suspeitos publicados em redes sociais e aplicativos de mensagens sobre políticas públicas, saúde, mudanças climáticas e eleições e abre investigações sobre as publicações que têm maior alcance e engajamento. Você também pode sugerir verificações por WhatsApp +55 11 97045-4984.
Outras verificações sobre o tema: UOL, Estadão Verifica e Para os fatos publicaram textos sobre o falso furto em 2022. Conteúdos mentirosos envolvendo Lula são frequentemente verificados pelo Comprova, como Vídeo que era enganoso quando tirado do contexto fala sobre “a universidade ser para os ricos” e post mentiroso informando que ossos de patinho começaram a ser vendidos no país devido a uma suposta crise no governo federal.
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