O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou nesta segunda-feira (23) pedido para que as promotoras do Ministério Público do Rio de Janeiro Letícia Emile e Simone Sibilio deponham sobre a investigação do assassinato da vereadora Marielle Franco e motorista Anderson Gomes.
Eles foram arrolados pelas defesas dos irmãos Brazão e do ex-chefe da Polícia Civil do Rio Rivaldo Barbosa.
Os procuradores apelaram para que o ministro fosse dispensado de prestar depoimento. Os advogados dos promotores argumentaram que a lei penal os impede de testemunhar.
Eles foram os responsáveis pelas investigações iniciais do caso Marielle, antes do caso ser encaminhado à Polícia Federal (PF).
Ao analisar a questão, Moraes concordou com o argumento e rejeitou a intimação do Ministério Público para prestar depoimento.
“Diante do exposto, nos termos do artigo 252, II, conjugado com o artigo 258, ambos do Código de Processo Penal, nego a audiência dos procuradores do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro Letícia Emile Alqueres Petriz e Simone Sibílio do Nascimento, arrolados como testemunhas pelas defesas dos réus João Francisco Inácio Brazão, Domingos Inácio Brazão e Rivaldo Barbosa e Araújo Júnior”, decidiu o ministro.
Depoimentos
A ação penal no caso Marielle está em fase de depoimento de testemunhas convocadas pela defesa dos réus. Os depoimentos devem continuar até o final deste mês. Cerca de 70 pessoas foram inscritas. Os réus prestarão depoimento depois que todas as testemunhas forem ouvidas.
No mês passado, na primeira fase de depoimentos, foram ouvidas as testemunhas de acusação, que foram designadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
Os principais depoimentos foram dados pelos ex-policiais Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz. Ambos confessaram participação no assassinato.
No processo, os réus são o conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro (TCE-RJ), Domingos Brazão, seu irmão, Chiquinho Brazão, deputado federal (Sem Partido-RJ), o ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Janeiro Rivaldo Barbosa e Major da Polícia Militar Ronald Paulo de Alves Pereira. Todos respondem pelos crimes de homicídio e organização criminosa e estão presos.
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