O senador Ciro Nogueira (PP-PI), presidente nacional do partido e aliado do atual prefeito Ricardo Nunes (MDB) na disputa pela prefeitura de São Paulo, disse ao Estadão que espera que o segundo turno na capital paulista seja entre Nunes e o influenciador Pablo Marçal (PRTB). “Isso representaria um fracasso gigantesco da esquerda”, disse o senador, citando o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), que forma chapa com o Partido dos Trabalhadores.
Segundo ele, “Marçal só teria chance contra Boulos” numa possível segunda fase das eleições paulistas. No cenário testado pela Quaest divulgado nesta quarta-feira, 18, Boulos tem 42% e Marçal, 36%, em um possível segundo turno. Já Nunes vence os dois nos cenários testados com eles.
Questionado se o cenário não é desfavorável para a direita, já que o voto dos eleitores de Jair Bolsonaro (PL) nas últimas eleições gerais, em 2022, está dividido entre o prefeito e o ex-técnico, o senador afirmou que não é o caso. uma preocupação, já que Nunes também conta com o voto de mais parcelas do eleitorado, e lembrou que o ex-presidente não teve maioria de votos em São Paulo. Na cidade, Lula obteve 47,5% dos votos, contra 38% do político do PL.
Ciro Nogueira afirmou ainda, a propósito do perfil de Marçal, que o empresário “não é apoiante de Bolsonaro”, mas antes “quer ser Bolsonaro”, mesmo comentário que disse ter feito ao próprio ex-presidente. “Mas eu também não”, acrescentou o senador, “assim como o Nunes, que é um político mais centrista” não tem essa evidente proposta bolsonarista.
Para ele, o principal erro de Marçal, que até agora flertou e tentou de diversas maneiras manter sua imagem próxima à de Bolsonaro na campanha, foi a tentativa frustrada de participar do 7 de Setembro na Avenida Paulista, evento organizado pelo pastor evangélico Silas Malafaia, em que o ex-presidente e o atual prefeito dividiram um trio elétrico. O próprio Bolsonaro acusou o candidato do PRTB de fazer “palavra às custas dos outros”, episódio que chamou de “incidente lamentável”.
Sobre a última pesquisa Quaest, divulgada nesta quarta-feira, 18, que mostra que Marçal perdeu oito pontos entre os eleitores de Bolsonaro, o senador vê que a queda não tem tanto a ver com a presidência do apresentador de TV José Luiz Datena, do PSDB, no empresário, mas isso ainda é reflexo do 7 de Setembro. Há uma semana, dia 11, Marçal tinha 50%, agora tem 42%. Nunes, candidato apoiado oficialmente pelo ex-presidente, passou de 32% para 35% entre o eleitorado bolsonarista.
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