O projeto de lei (6/2023), que estabelece o acesso a medicamentos e produtos à base de canabidiol (CBD) e tetrahidrocanabinol (THC), para o tratamento de doenças, foi aprovado pela Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR) da Assembleia Mato-grossense. Assembleia Legislativa do Grosso do Sul (ALEMS).
O projeto de autoria do deputado estadual Pedro Kemp (PT) foi apresentado no GERMES em 2023. Na manhã desta quarta-feira (12), a pauta foi aprovada pelos membros da CCRJ.
A relatoria do projeto ficou a cargo da deputada Mara Caseiro (PSDB), presidente da Comissão.
Projeto
A finalidade do PL 6/2023 é para pessoas que necessitam de medicamentos à base de canabidiol (CBD) e tetrahidrocanabinol (THC), para tratamento de síndromes e distúrbios de saúde.
Existem duas modalidades desses medicamentos, sendo uma delas através do Congresso Nacional, caso seja aprovada legislação que permita a incorporação da cannabis medicinal no Sistema Único de Saúde (SUS). A outra, segundo o Correio Estadualseria por meio da Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias ao Sistema Único de Saúde), vinculada ao Ministério da Saúde.
Enquanto o Congresso Nacional Não há consenso sobre o tema, vários estados através de suas respectivas Assembleias criaram legislação para o uso de medicamentos. Neste caso, caso seja aprovado, cabe a cada Federação garantir o fornecimento do medicamento.
Na Comissão de Constituição, Justiça e Redação, o PL recebeu emenda substituta integral, apresentada pela relatora, Mara Caseiro, e aprovada pelos membros da comissão.
“Proporciona acesso a produtos industrializados contendo derivados vegetais ou fitofármacos da Cannabis sativa (produtos de Cannabis) como princípios ativos, para tratamento de doenças, síndromes e agravos à saúde”, afirma a emenda substitutiva.
A presidente da comissão, Mara Caseiro, explicou que embora haja muita polêmica em relação ao uso industrializado do canabidiol, ela tem ouvido diversos relatos de que o medicamento proporciona uma melhora na vida das pessoas, devolvendo
“Será criada uma comissão pela Secretaria de Estado de Saúde [SES] para que esses pacientes possam usufruir e trazer alívio para si e seus familiares. A Assembleia Legislativa está trazendo uma diretriz para acesso a produtos que contenham derivados ativos da Cannabis Sativa, não é um pedido de desculpas de nada, mas sim uma situação de saúde pública”, explicou Mara Caseiro.
Com a emenda substitutiva, o deputado Junior Mochi (MDB), que é vice-presidente da Comissão, entendeu que o assunto foi melhorado.
“Essa melhoria do projeto trazida nos faz adequar à questão da grande discussão que existe em torno dos medicamentos que utilizam Cannabis Sativa, que devem ser fornecidos de acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária [Anvisa], e outras condições que a legislação não seja dispensada para todos, sem regulamentação. Fui o relator inicial da matéria, e aprovei a tramitação, agora voto também a favor da emenda substitutiva integral”, disse.
O parlamentar Antonio Vaz (Republicanos), reforçou que algumas doenças necessitam de medicação, mas destacou a preocupação de que Mato Grosso do Sul seja rota de tráfico de drogas, necessitando de maior fiscalização.
Uma lei semelhante foi promulgada em São Paulo (SP), mas me preocupo, porque, para haver substância, tem que haver a plantação. Acho que é um excelente projeto, mas tenho essa reticência sobre se esta é mais uma porta de entrada para as drogas. Não acredito na liberação de drogas, isso leva à destruição de famílias”, detalhou.
Enquanto o deputado Caravina (PSDB) explicou que uma de suas sobrinhas sofre crises de epilepsia e faz uso do remédio. Para ter acesso, a família teve que recorrer à Justiça.
“Acho importante que essa matéria seja aprovada, tenho uma sobrinha com crises de epilepsia, que faz uso do remédio com liminar, e o estado de saúde dela melhorou substancialmente. Esse acesso é Saúde Pública, é melhorar a saúde da vida das pessoas”, deputado Caravina (PSDB).
Pedro Pedrossian Netto (PSD), destacou que a agenda não é a liberação de medicamentos, mas sim, um componente medicinal que funcione para garantir melhor qualidade de vida a quem precisa.
“Não estamos discutindo a liberalização das drogas, mas sim uma molécula que sirva de medicamento, a humanidade já teve esse problema com a morfina, por exemplo, derivada do ópio e da papoula, uma droga com um poder viciante muito alto, estamos discutindo a molécula e não as drogas”, frisou o parlamentar.
O assunto será apreciado pelo plenário da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul e deverá ser analisado por todos os parlamentares.
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