O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta segunda-feira, 16, que não tem intenção de alterar a meta fiscal do governo. Ele reiterou que a mudança na meta de resultado primário em 2025 – de superávit de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) para 0% em 2025 – é reflexo de uma derrota de R$ 40 bilhões no Congresso Nacional.
“Eu não tenho intenção (mudar de meta). Quando as pessoas dizem ‘você mudou a meta do próximo ano’, não foi isso que aconteceu. Tivemos uma derrota no Congresso Nacional, uma grande derrota de R$ 40 bilhões. Uma coisa é fechar os olhos para esta derrota, não fingir que ela existe e enganar a sociedade. Outra coisa é ‘olha, eu tenho um objetivo, mas não posso correr atrás do resultado se não houver harmonização de Poderes'”, disse o ministro durante evento promovido pela Valor Econômico.
Apesar desta derrota, ele reiterou que houve harmonização entre os Poderes, já que o Congresso aprovou diversas medidas enviadas pela equipe econômica, mesmo com alterações. Ele afirmou que o Tesouro conhece os gargalos e desafios, mas tenta construir soluções por meio da política.
“Temos um projeto (para o país), pode dar certo com tudo que a gente está vendo, pode dar certo. As pessoas precisam competir para que isso funcione”, argumentou Haddad.
Regra expansionista
Haddad negou que o marco fiscal seja uma regra expansionista. “Não acho que o marco seja expansionista, acho que introduziu de forma inteligente cláusulas anticíclicas na legislação brasileira, o que foi um problema com a Lei de Responsabilidade Fiscal [LRF]“, disse o ministro durante o evento. Ele destacou que as despesas, segundo as regras da LRF, despencaram nos ciclos de retração econômica. “A LRF tinha essa deficiência. O que fizemos foi corrigir isso.”
O ministro destacou, no entanto, que o Executivo não é o único poder da República, pelo que é necessário um trabalho pedagógico para que os restantes poderes entendam que os limites do enquadramento se aplicam a todos. Ao mencionar a “tese do século”, que trata da exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS e da Cofins, Haddad disse que o Judiciário tomou medidas que levaram à expansão da dívida pública em 10% do Produto Interno Bruto (PIB). ).
Além disso, o ministro voltou a dizer que, se não fosse a desoneração da folha de pagamento, cuja manutenção foi defendida pelo Legislativo, o país chegaria ao final deste ano com equilíbrio fiscal. “Não estaríamos discutindo a questão tributária.”
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