A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), pediu parecer à Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre o recurso apresentado pelo senador Sérgio Moro (União-PR), que recorre da decisão que o tornou réu por calúnia contra o ministro Gilmar Mendes.
Em vídeo publicado em abril de 2023, o ex-juiz da Lava Jato sugere que o decano venderia decisões judiciais. “Não, isso é fiança, instituto… para comprar habeas corpus do Gilmar Mendes”, disse Moro.
O vídeo foi gravado antes de Moro ser senador, mas o STF entendeu que, por a gravação ter sido divulgada durante seu mandato, o Tribunal teria competência para julgar o caso.
Em junho, a Primeira Turma do STF recebeu a denúncia da PGR contra Moro, além de concluir que havia elementos suficientes para instaurar ação penal. O julgamento do mérito só ocorrerá após a chamada fase pré-julgamento do processo – quando são ouvidas testemunhas e produzidas provas adicionais.
A defesa do senador argumenta que não há provas do envolvimento de Moro na divulgação do vídeo e, na última quarta-feira, 11, ele entrou com recurso para tentar reverter a decisão.
“Solicita-se respeitosamente que seja esclarecida a omissão quanto à existência de qualquer indício, ainda que indicativo, na peça acusatória de que o Senador Sérgio Moro foi o responsável ou teve qualquer envolvimento na divulgação do vídeo em 14 de março de 2023, ou ainda que você já estava ciente disso”, diz a petição.
O mesmo argumento já havia sido utilizado pela defesa na galeria do STF. Na ocasião, a defesa de Moro classificou a fala como “lamentável” e disse “em ambiente de brincadeira”, além de afirmar que o senador tem “respeito imenso” pelo reitor e que não o acusou de vender sentenças.
Cármen Lúcia afirmou que a brincadeira “não autoriza a ofensa à honra” e que não poderia “servir de justificativa” para o crime de calúnia.
“A conduta dolosa do arguido, descrita pela PGR, consistiu em expor a sua livre e consciente vontade de imputar falsamente ao magistrado deste Supremo Tribunal um facto definido como crime de corrupção passiva”, defendeu o ministro.
Agora, a PGR deverá comentar as alegações do senador no recurso. O ministro, que é relator do caso, não estabeleceu prazo para resposta.
Veja também
Lula
Messias: Lula apelou hoje ao presidente do STF para priorizar ações ambientais
Cadeira de Datena
A cadeira de Datena em Marçal não foi o único ataque nas eleições de 2024; veja outro caso
emprestimos pessoal em curitiba
quem tem bpc pode fazer empréstimo
bancos inss
antecipar decimo terceiro itau
cartao itau inss
emprestimo pessoal 5 mil
empréstimo consignado melhores taxas