Entre os principais candidatos a prefeito de São Paulo, dois estreantes na política eleitoral vivem situações distintas na disputa deste ano. Enquanto o influenciador Pablo Marçal, do PRTB, se consolidou como principal fenômeno ao disputar a liderança da eleição majoritária, segundo pesquisas de intenção de voto, o nome do PSDB, José Luiz Datena, definha nas mesmas pesquisas.
Marçal se tornou protagonista da eleição paulista e, além de irritar seus adversários, já incentiva a prática do voto útil, segundo pesquisa qualitativa monitorada pelo Estadão. Datena, por sua vez, indica que perdeu as esperanças de recuperação na disputa. Ontem, o candidato do PSDB chorou ao participar de entrevista e disse que, se não for eleito prefeito da capital paulista, não concorrerá novamente a cargos políticos. “Para mim acabou. Se eu não for eleito prefeito de São Paulo, a política acabou para mim. Ainda tenho esperança de ser eleito e ir ao segundo turno”, disse. “O que eu gostaria de ter sido, vou morrer sem realizar o meu sonho, é uma pena. Meu sonho era servir ao povo como senador, infelizmente o sonho acabou”.
Ao final da audiência realizada pelo Folha de S.Paulo e UOL, o candidato tucano se emocionou ao comentar o resultado da mais recente pesquisa Datafolha, destacando o esforço que vem fazendo para conquistar votos e ganhar impulso na corrida eleitoral. Em seguida, o apresentador deixou a audiência antes do fim. “Tentei ajudar as pessoas a votarem em mim. Até agora não consegui. O que posso fazer?”, disse Datena, emocionado.
No Datafolha divulgado nesta quinta, Datena aparece com 6%, atrás da deputada federal Tabata Amaral (PSB), que tem 8%. O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), lidera as intenções de voto na pesquisa com 27%, seguido pelo deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), com 25%, e Marçal, que registrou 19% no cenário estimulado. Na comparação com a pesquisa anterior do instituto, o Datena oscilou negativamente em um ponto percentual. No início de agosto, atingiu 14% das intenções de voto. As chamadas pesquisas qualitativas têm mostrado um aumento na rejeição de Marçal. Segundo pesquisa qualitativa realizada pelo Instituto Travessia, os eleitores consideram o recurso ao voto útil para evitar que o influenciador avance para o segundo turno da eleição em São Paulo.
SENTIMENTOS
As pesquisas qualitativas não possuem a mesma precisão metodológica que as quantitativas em relação à amostra, pois não pretendem representar todo o universo do eleitorado. São realizados com grupos específicos, de oito a dez pessoas, que, apesar de não terem valor estatístico, simbolizam os sentimentos de determinado segmento.
Embora Marçal tenha o eleitorado mais fiel de todos os candidatos, com pouco espaço para desidratação, a pesquisa indica que ele terá dificuldade em conquistar novos eleitores. Isso porque o influenciador é o candidato com maior rejeição e tem uma imagem já fortemente consolidada no imaginário dos paulistanos. As palavras usadas pelo grupo para descrevê-lo são um barômetro disso: enquanto os apoiadores o veem como um “sonhador” e “causador”, outros eleitores recorrem a adjetivos como “lunático”, “mentiroso”, “presunçoso” e “mau”. personagem “.
O candidato do PRTB é quem mais desperta emoções no grupo, tanto positivas quanto negativas. Para os seus apoiantes, ele é um voto de protesto, alguém que representa o “novo” nesta eleição. Sua “veia empreendedora” e postura firme contra o candidato do PSOL são pontos que agradam. “Voto nele porque ele é diferente e quer trazer novidades”, disse D., 36 anos, que não se incomoda com as polêmicas que afetam o influenciador. “Quem aqui nunca fez nada de errado?” ele perguntou, arrancando risadas de outros participantes da pesquisa. “O que ele fez comigo foi moleza”, acrescentou, referindo-se à condenação do influenciador por roubo qualificado.
TEMER
A maioria do grupo, porém, desconfia da possibilidade de Marçal assumir a presidência da Câmara, e pelo menos quatro eleitores afirmaram já considerar votar em um nome mais competitivo nas pesquisas para evitar que o influenciador chegue ao segundo turno. “Estou entre o Tabata e o Boulos, mas consideraria votar no Nunes só para o Marçal não ir para o segundo turno”, disse o estudante V., de 25 anos, morador da Lapa.
“Se for preciso votar em alguém para impedir que Marçal seja prefeito e depois vire um novo (Jair) Bolsonaro, eu farei isso”, declarou o consultor de vendas A., 56 anos, morador de Santa Ifigênia e eleitor de Tabata. Para ele, o deputado foi o único que apresentou propostas nos debates.
Pesquisas qualitativas sugerem que Nunes pode ser o principal beneficiário do voto útil que parece estar surgindo nas eleições de São Paulo. O prefeito é visto como uma figura neutra e sua reeleição não é considerada um risco pelos dez eleitores.
Para o grupo de dez eleitores, a segurança é o principal problema da capital paulista, sendo a situação no centro mais crítica do que no resto da cidade. Relataram sensação de aumento de roubos, furtos e presença de usuários de drogas nas ruas. Embora um integrante do grupo tenha mencionado problemas no Sistema Único de Saúde (SUS), como atrasos no atendimento em postos de saúde de regiões mais remotas, três eleitores elogiaram o sistema de saúde da capital paulista, relatando experiências positivas de familiares no tratamento doenças. graves, como o câncer. Houve críticas ao transporte público da capital, principalmente em relação ao estado das frotas e à superlotação de veículos nos horários de pico.
A informação é do jornal O Estado de S. Paulo.
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