O Conselho de Monitoramento e Avaliação de Políticas Públicas (CMAP), vinculado ao Ministério do Planejamento e Orçamento (MPO), concluiu o ciclo de avaliação de seis programas de governo, nos anos de 2023 e 2024.
Como resultado do trabalho, foram sugeridas um total de 33 propostas de melhoria com o objetivo de adotar estratégias para melhorar a implementação das políticas em curso. O relatório, divulgado nesta sexta-feira, 13, não detalha, porém, se haveria economia de custos com a revisão de cada medida.
O ciclo CMAP 2023-2024 avaliou seis políticas públicas. Destes, três são financiados por despesas diretas (Programa Wi-Fi Brasil, Operação Carro-Pipa e combate ao desmatamento), dois são financiados por subsídios (Lei de Incentivo ao Esporte e Operação de termelétricas) e apenas um é financiado por despesas diretas e subsídios (Fundo para o Clima).
Das 33 propostas de melhoria elaboradas, 21 foram classificadas como “prioritárias” e 12 como “complementares”. Em relação às “prioridades”, especificamente, a maioria está relacionada ao desenho ou teoria de políticas, com o objetivo de melhorar os indicadores e focar no público-alvo.
Em segundo lugar, existem aspectos de gestão, com foco principal na melhoria dos processos de monitorização e avaliação.
Política financiada por despesas diretas e subsídios
A CMAP também avaliou o Fundo Nacional para Mudanças Climáticas (FNMC), também conhecido como Fundo do Clima – que consiste em um fundo contábil, vinculado ao Ministério do Meio Ambiente.
O relatório destacou a necessidade de melhorias em dois aspectos: mecanismos de medição da eficácia do fundo, como o estabelecimento e melhoria de indicadores e metas de resultados; e espaço para melhorias na transparência ativa das bases de dados abertas.
“Embora o BNDES tenha adotado uma ferramenta capaz de medir as emissões evitadas pelos projetos contratados, ela não implementa o conceito de ‘adicionalidade de renda’. Ou seja, medem-se as emissões evitadas, mas não se verifica se são adicionais, ou seja, se só acontecerem pelas diferentes condições oferecidas pelo Fundo Clima”, avalia o órgão.
O Fundo Clima financia projetos e estudos por meio de duas modalidades: uma reembolsável, administrada pelo BNDES, e outra não reembolsável, de responsabilidade do MMA. Até 2023, a principal fonte de recursos do Fundo eram as participações especiais na exploração de petróleo e gás.
A partir de 2024, esta posição será ocupada pela emissão de títulos públicos sustentáveis pelo Tesouro Nacional. Este ano, a previsão orçamentária era de R$ 10,4 bilhões para a modalidade reembolsável – até 2023, o fundo havia recebido R$ 3,1 bilhões.
Políticas financiadas por gastos diretos
Em relação ao Programa Wi-Fi Brasil, que garante conexão gratuita à internet aos cidadãos, a CMAP apontou a necessidade de reformulação dos processos de gestão e monitoramento do programa, seleção de beneficiários e cobertura do programa, disponibilização de infraestrutura de conexão e institucionalização de competências dos órgãos e entidades que participam na governação da ação. Em 2023, o programa envolveu R$ 159 milhões do orçamento.
Durante a Operação Carro Água (OCP), ação emergencial do governo para levar água potável às populações afetadas pela seca, a CMAP realizou simulações para comparar os custos da medida com os custos de instalação de cisternas individuais.
Concluindo, o Conselho destaca que os resultados mostram a vantagem financeira das cisternas na grande maioria dos cenários testados.
“O OCP só seria mais vantajoso em casos específicos, quando dois fatores concorrem simultaneamente: logística de transporte muito barata e oferta restrita a curtos períodos do ano”, menciona. O Conselho destaca a necessidade de aprimorar o sistema de monitoramento do OCP e estabelecer indicadores de processos, impactos, eficiência, entre outros.
Nas ações do governo para prevenir e combater o desmatamento ilegal, a CMAP analisou o eixo que visa apurar infrações decorrentes da violação de normas legais e impor sanções administrativas. Durante o trabalho de avaliação, foram encontradas algumas lacunas no planejamento, monitoramento e supervisão desta ação, o que dificulta a verificação das entregas.
Entre as propostas de melhorias estão a melhoria da capacidade de fiscalização ambiental, a padronização de indicadores de desempenho e mecanismos de governança, mecanismos de monitoramento de entregas de produtos e revisão de planos.
Políticas financiadas por subsídios
No que diz respeito à Lei de Incentivo ao Desporto, a CMAP concluiu que não foi possível avaliar a eficácia, eficiência ou eficácia da política, “especialmente pela ausência de base de dados sobre os beneficiários (previstos e atendidos) e georreferenciamento dos projetos, bem como bem como o insuficiente acompanhamento da execução e encerramento dos projetos, realizados de forma individualizada, sem o apoio de sistema informatizado”.
A política estabelecida pela Lei de Incentivo ao Esporte permite a dedução do imposto de renda devido por pessoas físicas (até 7%), ou pessoas jurídicas tributadas sobre o lucro real (até 2%), que apoiam financeiramente projetos esportivos.
Nas propostas de melhoria, os técnicos sugeriram que fosse melhorado o acompanhamento da execução e prestação de contas dos projetos apoiados, com foco na estruturação da base de dados, acompanhamento dos valores desembolsados e identificação dos beneficiários.
Em relação aos subsídios destinados à operação de termelétricas, a CMAP afirma que não foi possível verificar a existência de mecanismos de supervisão de execução e de estrutura responsável pelo monitoramento dos efeitos da implementação.
“Portanto, não há informações sobre o histórico das usinas beneficiadas pela lei e o valor do benefício fiscal concedido a cada usina, além da falta de coordenação entre os órgãos envolvidos na política. Diante das evidências identificadas, a CMAP recomenda a designação de uma unidade responsável pelo monitoramento e adoção de medidas para acabar com o subsídio fiscal à termeletricidade”, diz.
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