A viúva do tesoureiro do PT Marcelo Arruda, assassinado pelo então policial penal Jorge Guaranho em 2022, relatou sentimento de medo após a decisão da Justiça do Paraná de conceder habeas corpus nesta quinta-feira ao réu. Pamela Silva definiu a decisão como “lamentável”, e disse que a família da vítima foi apanhada de surpresa. Guaranho cumprirá prisão domiciliar e usará tornozeleira eletrônica.
Em julho daquele ano, que antecedeu a eleição entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), a vítima comemorou 50 anos com familiares e amigos, em festa com tema petista. O policial criminal invadiu o local e efetuou dez disparos, sendo que quatro atingiram a vítima. Guaranho foi preso e estava no Complexo Médico Penal de Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba (PR).
— Estamos arrasados, indefesos e com muito medo. O sentimento de injustiça para com a família é imenso. Não temos palavras para dizer o que está acontecendo. Porque, além de perdermos o Marcelo, sendo vítima de toda uma situação, fomos pegos de surpresa — declarou a viúva em entrevista ao portal Uol.
Segundo o portal, a prisão domiciliar foi solicitada pela defesa do réu para que Guaranho fizesse tratamento de saúde, para preservar a integridade física do cliente.
O réu foi indiciado pelo Ministério Público do Paraná (MPPR) por homicídio doloso duplo qualificado, por motivos fúteis – por violência política motivada pelo desrespeito às diferenças – e perigo comum, pois os tiros foram disparados no local da festa e poderiam ter vitimizou os convidados presentes. Para o MP, o crime teve motivação política.
O júri popular do homicídio foi remarcado para fevereiro de 2025. O julgamento já foi adiado duas vezes: em dezembro de 2023 e em abril deste ano.
Este ano, o assassino foi demitido do cargo de policial criminal, por decisão do ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski. O argumento foi a utilização de recursos materiais do departamento na atividade privada (arma), improbidade administrativa e incontinência pública. A decisão é resultado de um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) instaurado na época do crime, para apurar a atuação do ex-policial na Penitenciária Federal de Catanduvas, no Paraná.
Lembre-se do caso
A comemoração dos 50 anos aconteceu em área reservada da Associação Esportiva Saúde Física Itaipu, no dia 9 de julho de 2022. Segundo denúncia do Ministério Público do Paraná, o réu — desconhecido da vítima e familiares — aproximou-se da porta do salão de festas de carro, com o som do veículo em volume alto, tocando uma música de campanha do então candidato Jair Bolsonaro. Segundo testemunhas, Guaranho havia saído de um churrasco com a esposa e o filho e soube que a comemoração tinha como tema decorativo o PT e o então candidato à presidência, Lula.
Aos gritos de “Bolsonaro” e “mito”, o arguido, que estava acompanhado da mulher e do filho – um bebé de colo –, ameaçou Arruda, mostrando que estava armado e afirmou que voltaria para matar a vítima.
Aproximadamente uma hora depois, Guaranho voltou sozinho ao local da festa e começou a atirar no alvo e nos convidados ainda fora do salão. A ação foi registrada por câmeras de segurança. As imagens mostraram que a vítima tentou se esconder embaixo de uma mesa, onde foi baleada à queima-roupa.
O caso teve grande repercussão, e o velório contou com a presença da presidente do PT, Gleisi Hoffmann.
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