Uma petição virtual pedindo o impeachment do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes já contava com 1,5 milhão de assinaturas na madrugada desta sexta-feira (13 de setembro de 2024).
A petição foi criada no dia 16 de agosto, após reportagem da Folha de S.Paulo publicar mensagens sugerindo que o magistrado teria usado informalmente o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para apoiar investigações contra apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo. .
A petição, disponível na plataforma Change.org, foi iniciada por um perfil identificado como “Petição Pública”. Qualquer pessoa pode assinar, basta digitar nome, sobrenome e e-mail. A plataforma não realiza nenhum tipo de verificação de dados, portanto uma pessoa pode se cadastrar com diversos endereços de e-mail diferentes.
Petições como estas funcionam para indicar a opinião popular e pressionar organizações ou autoridades públicas. As petições criadas online não têm validade jurídica reconhecida, pois não oferecem meios seguros de verificação.
Na descrição, Moraes é acusado de abuso de poder, além de ordenar a produção de provas ilegais e de decisões movidas por vingança, o que, segundo os signatários, fere a lei e a Constituição. Eles pedem que o Senado Federal processe e julgue o ministro por esses supostos crimes de responsabilidade.
A petição se baseia em artigos da Constituição Federal e na lei nº 1.079 de 1950, que define crimes de responsabilidade, argumentando que as ações de Moraes são inconstitucionais e justificam seu impeachment. O documento é endereçado ao presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
“Este é o maior ataque à democracia já testemunhado pelo povo brasileiro, em que um Ministro do STF utiliza ilegalmente o aparato estatal para perseguir alvos pré-determinados”, afirma a petição. A petição foi compartilhada nas redes sociais pelo deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG).
PEDIDO DE IMPEACHMENT
Um pedido de impeachment contra Moraes feito por parlamentares de oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou ao Senado nesta terça-feira (10.09.2024). O pedido foi entregue a Pacheco 1 dia antes.
O documento tem 53 páginas e detalha o que os oposicionistas consideram ser “crimes de responsabilidade” do ministro. Foi assinado por 152 deputados e conta com o apoio de 31 senadores (leia a lista aqui).
A entrega foi feita pessoalmente por deputados e senadores no gabinete de Pacheco, num gesto político. O objetivo é pressionar o senador mineiro a avançar com o pedido de destituição de Moraes, já que a análise do pedido é de responsabilidade da Câmara Alta. Ao receber o pedido dos apoiadores de Bolsonaro, Pacheco disse que terá uma “decisão fundamentada” que irá considerar “critérios técnicos e políticos”.
O pedido é liderado pelos deputados Bia Kicis (PL-DF), Carol De Toni (PL-SC) e Marcel Van Hattem (Novo-RS) e pelo juiz Sebastião Coelho.
Foi por decisão de Moraes que o X (ex-Twitter) foi bloqueado no Brasil. A desativação da plataforma no país também é alvo de críticas de deputados.
Existem outros pontos mencionados:
- uso indevido da prisão preventiva;
- desrespeito aos pareceres da PGR (Procuradoria-Geral da República);
- violação das prerrogativas dos advogados;
- negação de prisão domiciliar para pessoas com graves problemas de saúde;
- violação dos direitos políticos dos parlamentares;
- uso indevido de recursos do TSE (Tribunal Superior Eleitoral);
- monitoramento e controle de perfis conservadores em redes sociais;
- bloqueio “ilegal” de contas bancárias Starlink;
- imposição de multas desproporcionais pelo uso de VPNs;
- e solicitando a intervenção do Congresso dos Estados Unidos em assuntos internos.
Embora muitos deputados apoiem o impeachment de Moraes, este tem um peso político mais simbólico do que prático.
O processo de impeachment dos ministros do STF deve começar no Senado. Caso Pacheco decida avançar com o processo, o julgamento ficará a cargo exclusivo dos senadores, sem influência direta dos deputados.
Este jornal digital publicou que a chance de Pacheco orientar o pedido é “zero”. Apesar de não ter participado da análise da destituição de ministros do Supremo, as assinaturas dos deputados pressionaram o senador a tomar alguma atitude.
CASO MORAES
O rito de impeachment de um ministro do Supremo é semelhante ao realizado no caso dos presidentes da República. A situação seria inédita, já que um magistrado do Tribunal nunca foi demitido.
Uma das diferenças é quem inicia o processo. No caso de presidentes, o pedido deverá ser acatado pelo líder da Câmara dos Deputados. Quanto aos ministros do STF, por quem está à frente do Senado. Hoje, Pacheco.
A lei que regulamenta o processo de impeachment data de 1950. O texto indica 5 hipóteses para a destituição de um ministro do STF. Eles são:
- alterar, por qualquer forma, salvo recurso, a decisão ou voto já proferido em sessão do Tribunal;
- proferir sentença, quando, por lei, for suspeito no caso;
- exercer atividade político-partidária;
- ser manifestamente negligente (agir com negligência) no desempenho das funções do cargo;
- agir de forma incompatível com a honra, a dignidade e o decoro das suas funções.
Se o presidente do Senado aceitar o pedido, inicia-se o processo de impeachment. “Uma vez recebida a denúncia pelo Senado, ela será lida na sessão seguinte e encaminhada a uma comissão especial, eleita para opinar sobre a mesma”, diz a lei.
Essa comissão deverá se reunir em até 48 horas e eleger o presidente e o relator. No prazo de 10 dias deverá ser produzido parecer “sobre se a reclamação deve ou não ser considerada sujeita a deliberação”.
Se a Câmara considerar que a denúncia é válida, o arguido irá:
- ficar suspenso do exercício de suas funções até o trânsito em julgado;
- estar sujeito a acusações criminais;
- perder, até o trânsito em julgado, 1/3 do salário, que será pago em caso de absolvição.
Após todo esse procedimento, o plenário do Senado se reúne para o julgamento do impeachment. O caso será lido e em seguida os presentes ouvirão testemunhas do caso.
“O acusador e o acusado, ou seus advogados, poderão reinterrogar as testemunhas, impugná-las sem interrompê-las e solicitar seu confronto. Qualquer senador poderá solicitar as perguntas que julgar necessárias”, diz a lei.
Há um debate oral e, posteriormente, a votação propriamente dita, que será nominal. Os senadores devem responder “sim” ou “não” à seguinte pergunta: “O acusado cometeu o crime que lhe é imputado e deve ser condenado à perda do cargo?”
Caso a resposta afirmativa obtenha pelo menos 2/3 terços dos votos dos senadores presentes, haverá nova consulta no plenário sobre o período durante o qual o condenado deverá ficar inabilitado para o exercício de qualquer função pública. Este tempo não pode exceder 5 anos.
simulador emprestimo pessoal itau
bancoob codigo
quanto tempo demora para o inss aprovar um empréstimo consignado
inss extrato de empréstimo consignado
como fazer empréstimo pelo bolsa família
simulação emprestimo consignado caixa
banco bmg em fortaleza
emprestimo itaú