A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, disse nesta quarta-feira (11 de setembro de 2024) que as ações do governo federal só serão eficazes se a sociedade também “assumir a responsabilidade” pelos incêndios, que devastam diversas partes do Brasil desde agosto.
“Tudo o que precisava ser feito, estamos fazendo. Agora precisamos entrar numa lógica em que a sociedade também possa assumir responsabilidades. Não tem como você dizer: ‘As pessoas são livres de atear fogo e aí o governo federal apaga, o governo estadual apaga, os proprietários apagam”, declarou em entrevista ao UOL.
Segundo dados do sistema BDQueimadas do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), o Brasil registrou 2.909 focos de incêndio até o início desta segunda-feira (11 de setembro). A Amazônia concentra a maior parcela das ocorrências, com 1.246 – ou 42,8%.
O Estado de Mato Grosso teve o maior número de focos de incêndio, com 742 focos registrados em 24 horas. Em seguida vêm Amazonas (338) e Acre (292).
Todos os 6 biomas do Brasil registraram a incidência de queimadas. O Cerrado teve o 2º maior número, com 1.035 focos (35,5% do total).
Para o ministro, se não fosse a ação do governo federal, o país estaria numa situação de “completo descontrole”.
“Agora estamos fazendo o que precisa ser feito, que é uma política estruturante no sentido de que, mesmo tendo antecipado o período de seca e os incêndios no Pantanal, estávamos prontos para lutar. Se não fosse a ação do governo federal, estaríamos numa situação de total descontrole”, afirmou.
Marina declarou que parte do agronegócio está “consciente” e pretende trabalhar com o governo para dar uma resposta decisiva às mudanças climáticas.
“É uma química terrível. Tivemos umidade mais baixa que a do deserto do Saara, que varia em média de 14% a 7% de umidade relativa. Chegamos a 7%, com ventos de 70km/h, com temperatura de 38ºC. Isso é algo que nenhuma força humana pode suportar”, disse ele.
Segundo a Defesa Civil do Estado de São Paulo, o alerta para riscos de incêndio é alto. O aviso permanecerá em vigor até 14 de setembro.
Segundo o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências) estadual, as temperaturas podem chegar a 39°C e a umidade relativa pode chegar a 20% em algumas regiões. O alerta afirma que, nos próximos dias, São Paulo será dominado por um clima seco e estável, e que, sem previsão de chuva, haverá aumento gradual das temperaturas, o que trará sensação de calor e ambiente abafado em todo o território paulista.
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