O candidato do PRTB a prefeito de São Paulo, Pablo Marçal, evitou contra-atacar diretamente o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), após ser bloqueado ao tentar subir no carro de som do ex-capitão durante o evento do dia 7 de setembro. O empresário citou a Bíblia para poupar Bolsonaro de críticas, comparando a relação deles com os personagens bíblicos Saul e Davi.
A passagem que Marçal utilizou para responder às perguntas dos seus seguidores no Instagram é a dos primeiros reis de Israel, que tinham muitas diferenças, mas eram “ungidos”. “Davi precisa ter paciência para que o reinado de Saul chegue ao fim. Enquanto ele tiver chance, vou apoiá-lo, porque sei que foi Deus quem o levantou”, disse ele.
Neste domingo, 8, Bolsonaro divulgou nota acusando Marçal de tentar fazer “plataforma às custas dos outros”. Além disso, o ex-presidente compartilhou uma mensagem no Telegram dizendo que o empresário é um “traidor”, “arrogante” e “aproveitador”. Isso se deve à ausência de uma postura mais persistente de Marçal contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Nas postagens, Marçal nega que tenha sido impedido pelo ex-capitão de subir no carro de som. Segundo ele, quem o impediu de subir foi o pastor Silas Malafaia, organizador da manifestação. “Se eu soubesse disso, teria ficado em El Salvador. Lá aprendi muito sobre como lidar com criminosos”, disse o ex-técnico.
Na série de publicações (stories) na rede social, Marçal destaca ainda que não teria feito nada se estivesse na plataforma. Durante o evento, grande parte do público presente usou boné com a letra “M” – símbolo da campanha de Marçal, e até alguns dos candidatos à Câmara Municipal de São Paulo o apoiaram explicitamente, como Rubinho Nunes (União Brasil) e Daniel José (Podemos).
“Não se trata de Pablo e Bolsonaro. Trata-se da libertação e da prosperidade de um povo”, publicou o empresário, que já criticou o filho do ex-presidente Carlos Bolsonaro, ao acusá-lo de ser o responsável pela derrota do pai para o atual presidente Lula (PT) nas eleições gerais de 2022. Porém, eles “compreenderam” após interferência do deputado federal Nikolas Ferreira (PL).
Ricardo Nunes (MDB), atual prefeito e candidato oficial de Bolsonaro e do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) na disputa municipal em São Paulo, participou timidamente do evento. Ele não falou em nenhum momento e nem seu nome foi citado pelo locutor do carro de som. Segundo a assessoria de imprensa, ele saiu antes mesmo do discurso do ex-presidente.
Segundo pesquisa Datafolha, divulgada na última quinta-feira, dia 5, Marçal e Nunes estão empatados, ambos com 22% das intenções de voto.
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