O evento organizado por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) neste sábado, 7, na Avenida Paulista, contou com a presença de 45 mil pessoas, segundo estimativas do Monitor do Debate Político no Ambiente Digital, da Universidade de São Paulo ( USP). A manifestação que pediu o impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes mobilizou apenas um quarto do público presente no último ato bolsonarista, realizado no dia 25 de fevereiro, quando 185 mil apoiadores do ex-presidente compareceram a um dos cartões-postais da capital paulista.
As estimativas de audiência da instituição foram medidas com base no horário de pico da manifestação, às 16h05, quando Bolsonaro discursava no trio ao lado do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) e o organizador do evento, pastor Silas Malafaia.
O conteúdo da manifestação foi o mesmo do evento ocorrido no início deste ano, quando uma multidão foi à Avenida Paulista apoiar o ex-presidente que se dizia “perseguido” pelo Supremo Tribunal Federal. Porém, sem a proibição de Bolsonaro ao uso de faixas e cartazes contra instituições – o que ocorreu em fevereiro – o ato teve um tom mais duro. Bolsonaro e seus aliados do trio do evento também fizeram discursos mais fortes contra o ministro e também contra o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Bolsonaro acusou Moraes de ser parcial e chamou o ministro de ditador
Em discurso emocionado, o ex-presidente relembrou a facada que sofreu em 2018 e defendeu, mais uma vez, a tese nunca comprovada de que sua vitória nas eleições daquele ano foi resultado de uma “falha do sistema eleitoral”. Bolsonaro também atacou o ministro Alexandre de Moraes, acusando-o de conduzir as eleições de 2022 de forma “parcial” e de “escolher seus alvos”. “Eles, para evitar que eu tivesse a chance de voltar, declararam minha inelegibilidade”, disse o ex-presidente
O ato também contou com a presença de aliados de Bolsonaro como Tarcísio de Freitas, que pediu anistia para os presos pelos atos golpistas de 8 de janeiro. Outros bolsonaristas também participaram da manifestação e pediram de tudo, desde o impeachment de Moraes até a prisão do ministro.
Como a estimativa foi medida?
O monitor da USP tirou 72 fotos entre 14h25 e 16h05 para chegar a esse número. Foram selecionadas 18 fotos para cobrir a extensão da manifestação, sem sobreposição. Cada uma das fotos foi dividida em 8 peças. Em cada parte foi aplicada uma implementação do método Rede Ponto a Ponto (P2PNet)1, que identifica cabeças e estima a quantidade de pessoas em uma imagem.
O método tem precisão de 72,9% e exatidão de 69,5% na identificação de cada indivíduo. Na contagem da audiência, o erro percentual absoluto médio é de mais ou menos 12% para imagens aéreas com mais de 500 pessoas.
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