Mesmo afastados do cargo por suspeita de ligação a um ‘esquema organizado’ de venda de penas no Tribunal de Justiça de Mato Grosso, os desembargadores Sebastião de Moraes Filho e João Ferreira Filho receberam em agosto recibos de vencimento no valor de R$ 130 mil líquidos – valor já com descontos, incluindo previdência e imposto de renda na fonte.
Moraes recebeu R$ 128 mil. Ferreira, R$ 131,4 mil.
O Estadão solicitou manifestação dos desembargadores, por meio da assessoria de imprensa do TJ de Mato Grosso. O espaço está aberto.
Em valores brutos, a renda total de cada juiz chegou a R$ 154 mil em agosto. Não houve desconto para a redução do teto – regra que deveria cortar a parte da remuneração que ultrapassa o teto do funcionalismo público, R$ 44 mil brutos.
O abono básico para juiz é de R$ 39,7 mil. No caso dos dois desembargadores, assim como de seus pares na Justiça estadual, os holerites foram potencializados por eventuais direitos que chegam a R$ 103 mil – esse item está repleto de bugigangas que vão desde compensação de férias e gratificações por exercício cumulativo até pagamentos retroativos de processos coleção. Os valores foram pagos aos magistrados apesar de estes não terem trabalhado, pois estão afastados das suas funções desde primeiro de agosto.
Grandes contracheques fazem parte da rotina de Sebastião e João Ferreira. No primeiro semestre, quando ainda exerciam funções no TJ de Mato Grosso, os dois receberam mais de R$ 800 mil cada.
Sebastião sacou R$ 823 mil líquidos em 2024, até junho. João recebeu R$ 840,9 mil no mesmo período. Juntos, os dois faturaram R$ 1,66 milhão, já sem descontos.
O afastamento dos juízes foi decretado pelo ministro Luís Felipe Salomão que, na época, no início de agosto, ocupava o cargo de Inspetor Nacional de Justiça. Salomão tomou a medida porque Moraes e Ferreira são suspeitos de estarem ligados a um esquema de venda de penas.
Os juízes teriam atuado em casos patrocinados pelo advogado Roberto Zampieri, 59, morto a tiros em dezembro do ano passado, ao chegar ao seu escritório em Cuiabá.
Ao ordenar a investigação dos juízes, Salomão destacou indícios de que os juízes mantinham uma “amizade íntima” com Zampieri. Segundo o Ministério Público de Mato Grosso, que investiga o caso, o crime pode estar relacionado a decisões da Justiça Estadual. A estreita relação impediria que magistrados atuassem em processos patrocinados por Zampieri. Porém, de acordo com as investigações preliminares, Sebastião de Moraes e João Ferreira receberam propina e presentes para julgar recursos de acordo com as reivindicações do advogado.
As investigações apontam para um cenário de graves falhas funcionais e indícios de recebimento de vantagens indevidas”, disse Salomão, na época. O ministro lembrou que as investigações apontam para a “existência de um esquema organizado de venda de decisões judiciais, seja formalmente patrocinado por Zampieri, seja em processos em que o advogado não atuou com instrumento constituído, mas apenas como uma espécie de lobista no Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso”.
COM A PALAVRA, OS JUÍZES
O Estadão solicitou manifestação dos desembargadores Sebastião de Moraes e João Ferreira Filho, por meio do auxílio do Tribunal de Justiça de Mato Grosso. O espaço está aberto.
simulador emprestimo pessoal itau
bancoob codigo
quanto tempo demora para o inss aprovar um empréstimo consignado
inss extrato de empréstimo consignado
como fazer empréstimo pelo bolsa família
simulação emprestimo consignado caixa
banco bmg em fortaleza
emprestimo itaú