Assessor Especial do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Celso Amorimdestacou nesta terça-feira, 3, que o mandado de prisão expedido pela Justiça venezuelana contra o candidato presidencial da oposição Edmundo González é “muito preocupante” e que o Brasil não aceita presos políticos.
Amorim foi a primeira autoridade brasileira a se manifestar sobre o tema em entrevista à Agência Reuters nesta terça-feira, 3.
O diplomata destacou à Reuters que avalia que está ocorrendo uma escalada autoritária no regime do ditador Nicolás Maduro, mas que o Brasil ainda tem esperanças de poder mediar uma solução para a crise política na Venezuela.
Na segunda-feira, 2, a Justiça venezuelana expediu mandado de prisão contra González, atendendo pedido do Ministério Público.
O opositor está a ser investigado pelos crimes de usurpação de funções, falsificação de documentos públicos, incitação à desobediência, formação de quadrilha e sabotagem de sistemas de denúncia de fraudes nas últimas eleições.
A investigação centra-se no site que a oposição criou para publicar cópias das atas das pesquisas eleitorais que comprovariam a vitória de González contra Maduro, com 67% dos votos.
Por outro lado, instituições alinhadas ao chavismo declararam e ratificaram a reeleição de Nicolás Maduro, sem que os dados da sondagem tivessem sido apresentados até agora, um mês depois da eleição.
Em 22 de agosto, o Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela (TSJ) reconheceu a vitória de Maduro e proibiu a publicação de registros eleitorais.
Amorim afirmou durante a entrevista que o Brasil continua com a mesma posição de não declarar vencedor na eleição ocorrida no dia 28 de julho.
Países latinos condenam mandado de prisão
Oito países latino-americanos se manifestaram contra a ordem, mas o Brasil permaneceu em silêncio.
Uma primeira declaração foi compartilhada pelo Itamaraty da Costa Rica, mas com a assinatura de Argentina, Guatemala, Paraguai, Peru, República Dominicana e Uruguai. O Chile também se manifestou contra a prisão de González em comunicado posterior.
“Argentina, Costa Rica, Guatemala, Paraguai, Peru, República Dominicana e Uruguai rejeitam inequivocamente a ordem de prisão emitida pelo Juiz do Primeiro Tribunal Especial da Suprema Corte de Justiça da Venezuela contra o senhor Edmundo González, candidato presidencial da oposição no último processo eleitoral de 28 de julho de 2024”, diz o comunicado.
Silêncio do Brasil
Até o momento, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva não se pronunciou oficialmente sobre o mandado de prisão contra González.
Segundo apurou o Estadão, o governo Lula viu a ordem de prisão com grande preocupação. Em conversas privadas, o presidente brasileiro chegou a dizer que o país vizinho está cada vez mais se distanciando da comunidade internacional.
Na avaliação do Itamaraty, Caracas tem dado sinais de que não quer negociar. Lula ainda não chama Maduro de ditador, mas, segundo interlocutores, já percebeu que está cada vez mais enredado numa escalada autoritária.
Veja também
candidatura
Kassab mantém candidatura do PSD em conversa com Lula
ataque
Sistemas do STF são alvos de ataque após decisão de Moraes de suspender X
emprestimos pessoal em curitiba
quem tem bpc pode fazer empréstimo
bancos inss
antecipar decimo terceiro itau
cartao itau inss
emprestimo pessoal 5 mil
empréstimo consignado melhores taxas