O prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro (PSD), preso nesta terça-feira (3), foi peça-chave no esquema funerário denunciado pelo MPSC (Ministério Público de Santa Catarina) devido ao poder do cargo exercido durante o processo de fraude licitatória .
De acordo com o documento, dada a competência que detinha em consequência do seu cargo, Clésio é identificado como o membro da organização criminosa responsável por iniciar o processo legislativo de alteração da legislação municipal – que regulava a concessão de serviços funerários – através da emissão de decretos regulamentares desses serviços, bem como tomar decisões administrativas para abertura de licitação.
Ainda segundo a denúncia, Clésio Salvaro efetivamente agiu em benefício do grupo Crematório Catarinense e Bom Jesus ao reduzir – como já demonstrado pelo ND Mais – o número de concessionárias de seis para quatro. Ele também encaminhou, conforme o documento, o Projeto de Lei Complementar nº. 15/2022 às Câmara Municipala fim de promover uma mudança na legislação municipal que beneficiasse os interesses da organização criminosa e restringisse a concorrência.
“Aderindo à intenção criminosa de grupos privados, passou a usar seus poderes para praticar uma série de atos administrativos baseados em desvio de finalidade, pois visava beneficiar os interesses das funerárias envolvidas”, afirma trecho da denúncia enviado ao Tribunal, obtido por NDMais.
Desvendando ainda mais a participação de Clésio no esquema criminoso, a denúncia do MPSC detalhou que o prefeito participou e agendou diversas reuniões com o grupo empresarial sobre a licitação, “visando benefícios ilícitos para empresas utilizadas nas atividades ilícitas”.
Ele também acompanhou de perto cada etapa do processo licitatório, “tomou decisões administrativas de acordo com os interesses do eixo privado, inaugurou o Centro de Serviços Funerários, manteve contato com empresários e agendou e participou de reuniões para discutir um novo decreto, alguns dias após a assinatura do Decreto nº. 1.867/23, que regulamentou os serviços funerários nos exatos termos da legislação municipal e do edital de licitação”.
“Finalmente, Clésio assinou o Decreto nº. 1997/23, cuja minuta foi elaborada por empresários de Florianópolis, entregando a administração do Centro Funerário, “desconsiderando assim a Lei Complementar Municipal nº. 159/2015 e o próprio edital de licitação, seus anexos e os instrumentos contratuais, que previam expressamente que as empresas concessionárias somente assumiriam o Centro após a futura implantação do Complexo Funerário de Criciúma”, acrescenta a denúncia do MPSC.
O relatório do NDMais entrou em contato com a Prefeitura de Criciúma para obter posicionamento e aguarda retorno. Também foi solicitado posicionamento do Crematório Catarinense a respeito da denúncia, mas não houve resposta até a última atualização desta matéria.
Prefeito de Criciúma foi denunciado por organização criminosa, fraude em licitações e corrupção
Diante de todas as provas obtidas pela investigação, o prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro, foi denunciado pela MPSC por organização criminosa, fraude em licitações e corrupção relacionada a serviços funerários no município.
O documento afirma que, além de alterar a legislação local para reduzir de seis para quatro o número de funerárias que podem prestar o serviço no município, a prefeitura também teria repassado informações privilegiadas ao Crematório Catarinense e Bom Jesus.
Além do prefeito, foram denunciados o secretário municipal de Assistência Social, Bruno Ferreira, o vereador Daniel Frederico Antunes e outras 18 pessoas suspeitas de envolvimento nos crimes.
Prefeito de Criciúma é preso
Clésio Salvaro foi preso na manhã desta terça-feira após acessar documentos altamente confidenciais do processo de investigação do esquema graças à sua influência política. A informação foi verificada e confirmada pelo Grupo ND.
O prefeito de Criciúma teve sua prisão solicitada pelo Ministério Público. Segundo a investigação da Operação Caronte, além de participar no esquema de fraude, Clésio Salvaro também teve acesso a documentos altamente confidenciais, cujo acesso é considerado ilegal.
Os processos estavam localizados em sua casa e também em seu escritório na prefeitura.
Após o anúncio da prisão, um vídeo foi publicado nas redes sociais de Salvaro. Na gravação, feita antes da chegada da polícia, o prefeito condenou o que chamou de “prisão política”. Segundo Salvaro, “este não é um processo legal” e “a política está a sobrepor-se a este processo”.
“Não vamos deixar que essa politicagem que eles estão fazendo tire Criciúma do caminho certo”, afirma Salvaro no vídeo. “Não há dolo, não há intenção, não há vantagens, não há absolutamente nada que me possa incriminar”, afirma o autarca, declarando “a certeza da sua inocência”.
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