Em relatório enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira (3), a Controladoria-Geral da União (CGU) concluiu que há falta de transparência e eficiência na aplicação das emendas das comissões da Câmara e do Senado, que ganharam destaque após a proibição do orçamento secreto pelo Tribunal.
Classificados pela sigla “RP8”, esses recursos correspondem a R$ 15,4 bilhões do Orçamento deste ano e a forma como têm sido utilizados, segundo o relatório, “prejudica a eficiência da execução orçamentária, esvaziando a capacidade do Estado de aplicar recursos na estratégias de iniciativas e enfraquecendo a implementação de políticas públicas essenciais”.
Esta é a análise mais completa já realizada pela CGU sobre a execução de alterações obrigatórias.
Os técnicos mostraram que, com o fim das chamadas “emendas de relator” determinadas pelo STF, os parlamentares passaram a distribuir emendas de comissão para atender às suas demandas individuais.
Em 2022, os recursos das emendas do relator tiveram 7.893 destinos indicados, enquanto as emendas da comissão apenas 330. Com o fim desse item no ano seguinte, o número de beneficiários das emendas da comissão saltou para 4.248 em 2023. Neste ano, já são 7.320 cadastrados. destinatários, montante que deverá aumentar com a execução orçamental até ao final do ano.
Sem transparência
Um dos principais problemas apontados pelo relatório foi a “falta de transparência na identificação dos parlamentares patrocinadores” das emendas das comissões e “limitações na rastreabilidade do cancelamento de despesas e realocação desses recursos”.
“As atas das reuniões da comissão contêm o nome do parlamentar que patrocinou as sugestões de emenda aprovadas. Porém, essas informações não estão presentes em todas as atas e em algumas alterações parecem ser iniciativas de vários parlamentares, ou seja, não há padronização”, diz o relatório>
O relatório acrescenta: “Assim, não há uma identificação transparente dos reais requerentes das despesas, uma vez que estas são atribuídas indiscriminadamente às comissões sem menção do parlamentar patrocinador”.
A CGU destaca que cerca de 60% dos compromissos dessas alterações nem sequer são possíveis de serem acompanhados no Transferegov.br, portal de transparência do governo federal.
O relatório foi enviado ao STF depois que o ministro Flávio Dino determinou a auditoria das emendas parlamentares para respaldar as decisões do tribunal sobre a utilização desses instrumentos.
O ministro chegou a suspender a execução das emendas obrigatórias, o que levou o Executivo, o Legislativo e o Supremo a negociar ajustes na forma de gerir as emendas.
A auditoria destaca que o cenário é agravado pela realocação de recursos para iniciativas de impacto limitado, o que fragiliza a implementação de políticas públicas, prejudicando a maximização dos benefícios para a população.
“Nesse sentido, há uma fragilidade na legislação e regulamentação que respaldam o aporte de recursos nas alterações do RP 8, tendo em vista que não há limites para os valores de tais alterações, não há planejamento relevante para tais despesas que são vinculadas a programas e projetos prioritários nos respectivos Ministérios responsáveis pela implementação de políticas públicas”, acrescenta o documento enviado ao tribunal”, destaca.
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