Um condomínio em Itajaí, entregue há pouco mais de uma década, foi fechado no dia 26 de agosto pela Defesa Civil devido ao risco de desabamento. Enquanto os moradores deixam os apartamentos, a responsabilidade pelo problema ainda não foi assumida por nenhuma das partes envolvidas na construção e fiscalização do imóvel.
São 3 blocos fechados, totalizando 48 apartamentos. Depois do Defesa civil bloqueando os quarteirões devido ao risco iminente de desabamento, os moradores foram obrigados a deixar seus apartamentos às pressas.
“De tarde para noite tivemos que desocupar, sair daqui. Mas para onde ir? Para a casa de um amigo? Alugar alguma coisa? E, na minha situação, precisei pegar dinheiro emprestado para alugar algo imediatamente, pois não ia deixar minha família em risco”, relatou Roberto Martins da Silva, professor aposentado.
Condomínio em Itajaí apresenta problemas estruturais 6 anos após entrega
O condomínio Jomar, no bairro Murta, foi entregue em duas etapas, em 2010 e 2012. Segundo moradores, o local começou a apresentar problemas estruturais cerca de seis anos após a última entrega.
As rachaduras e inclinações dos blocos preocuparam os proprietários, que chamaram um engenheiro para avaliar o imóvel. Porém, o custo de quase R$ 5 milhões para readequar a fundação foi considerado inviável, levando moradores a recorrer à Justiça em 2022.
“Entramos na Justiça com advogado para pleitear nossos direitos e viu-se que a Caixa Econômica Federal tinha responsabilidade maior na situação, só a planta e obra que é da construtora, e entramos com esse processo”, disse João Gomes, reserva oficial militar aposentado.
A construtora responsável pela obra informou ao Registro NDTVpor meio de nota, que a Caixa Econômica havia aprovado a construção. Porém, problemas com a fundação, que teria sido construída por uma empresa terceirizada, podem ter contribuído para a situação. No entanto, eles ainda buscam soluções para o problema.
Moradores pedem auxílio ou indenização no aluguel
Enquanto aguardam uma solução, os moradores pedem auxílio, aluguel e indenização, mas ainda não obtiveram uma resposta concreta. A Defesa Civil afirmou que a proibição só será revogada depois que novo laudo técnico, feito por engenheiros, garantir a segurança do local.
“Ela vai pagar nosso aluguel? E, o que é pior, não temos mais onde morar, nosso apartamento, vão compensar? Precisamos dessas respostas da Caixa Econômica, que é a financiadora”, pediu o morador Roberto Martins.
Caixa Econômica Federal emite nota
O Caixa Econômica emitiu nota informando que, após contato com os moradores, realizou vistoria para avaliar as condições de moradia no local, notificou a construtora e encaminhou a demanda à Defesa Civil. Confira na íntegra:
A CAIXA informa que o Residencial Jomar, localizado em Itajaí, SC, teve suas obras financiadas junto ao Banco pela Planta e Obra Arquitetura e Construções, responsável pela construção, comercialização e entrega das unidades, cabendo ao Banco o papel de agente financeiro do operação.
Diante da resposta dos moradores, o Banco realizou perícia técnica com equipe de engenharia para avaliar as condições de habitabilidade e segurança do empreendimento e, de posse do laudo, notificou a construtora responsável e encaminhou a demanda à Defesa Civil Municipal , que realizou o fechamento parcial do empreendimento.
A CAIXA esclarece que os mutuários com contrato de financiamento ativo podem entrar em contato com a seguradora para analisar e viabilizar a cobertura do sinistro na forma de danos físicos ao imóvel – DFI.
*Com informações da repórter Maressa Machado
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