Seguindo determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o funcionamento da rede social X está suspenso no Brasil desde a noite da última sexta-feira. A decisão foi tomada após a rede social descumprir determinação anterior, que solicitava a nomeação de um representante legal da plataforma no país.
A suspensão da rede social foi mais um capítulo de uma série de embates entre o juiz e o empresário Elon Musk. Esta é a segunda decisão de Moraes que suspende uma plataforma no país. Em 2023, o magistrado chegou a ordenar o bloqueio do Telegram, aplicativo de mensagens, mas recuou após a empresa nomear um representante.
A história começou no dia 18 de agosto, quando a X anunciou que encerraria as operações no Brasil. Segundo a plataforma, o posicionamento foi tomado após decisões anteriores de Moraes, com quem Musk vinha entrando em conflito na própria rede. Dez dias depois, Moraes convocou o empresário, por meio de rede social própria, para indicar um novo representante no país.
Após a plataforma não indicar representante no prazo estipulado de 24 horas, Moraes determinou a suspensão do X na sexta-feira. Após a decisão, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) notificou as operadoras de telefonia do país para bloquearem o sinal da plataforma. As maiores operadoras tinham prazo de 24 horas, enquanto as operadoras menores tiveram que realizar o procedimento no fim de semana. São quase 20 mil operadoras no país.
Na decisão que suspendeu X, Moraes considerou o “descumprimento reiterado, consciente e voluntário de ordens judiciais”. Ele também citou a tentativa de X de “não se submeter ao sistema jurídico e ao Judiciário brasileiro, para estabelecer um ambiente de total impunidade e ‘terra sem lei’ nas redes sociais brasileiras, inclusive durante as eleições municipais de 2024”.
Segundo o ministro, há perigo iminente de exploração da plataforma por “grupos extremistas e milícias digitais nas redes sociais, com divulgação massiva de discursos nazistas, racistas, fascistas, odiosos e antidemocráticos, inclusive no período que antecedeu às eleições municipais”.
Na decisão, o ministro afirma que Musk pretendia liberar a “disseminação massiva de desinformação, discurso de ódio e ataques ao Estado Democrático de Direito”. Segundo Moraes, o descumprimento de ordens judiciais, até o momento, resultou em multa total de R$ 18,3 milhões aplicada a X.
Além de ordenar a suspensão da rede social, Alexandre de Moraes também aplicou multa de R$ 50 mil para quem tentar usar o X enquanto estiver suspenso no Brasil. O texto também pedia às lojas virtuais da Apple e do Google que impedissem os usuários de baixar aplicativos VPN, mas horas depois o ministro recuou.
Até quando X será suspenso?
A suspensão de X vale até que todas as ordens judiciais proferidas por Moraes sejam cumpridas e as multas aplicadas à rede sejam pagas. Além da falta de nomeação de um representante no país, o ministro também considerou ignoradas decisões sobre os perfis dos investigados por tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
Onde o Starlink se encaixa nessa história?
Em decisão publicada nesta quinta, Moraes já havia aberto outra frente de atuação e ordenado o bloqueio de contas da Starlink, empresa que oferece serviço de internet via satélite criada por Musk, e da qual ele é um dos acionistas. O objetivo, segundo o juiz, era garantir o pagamento das multas aplicadas a X. Na sexta-feira, a Starlink recorreu, alegando que a sentença de Moraes era ilegal, além de “abuso de poder”. Os advogados da empresa afirmam que as duas empresas, embora tenham o mesmo acionista comum, não estão diretamente relacionadas. Portanto, um não pode ser responsabilizado pelo outro. Escolhido como relator do recurso, o ministro Cristiano Zanin manteve a decisão de Moraes.
Na tarde do último domingo, em entrevista à Globonews, o presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Carlos Baigorri, relatou que, ao solicitar a suspensão do X pela Starlink, a empresa afirmou que não cumpriria a decisão de Alexandre a Moraes até as contas da empresa são desbloqueadas. Atualmente, a Starlink é a maior provedora de internet via satélite do Brasil, com mais de duzentos mil clientes.
O que o STF pensa da decisão?
A decisão de Moraes contou com o apoio da maioria dos membros da Corte e foi discutida entre os magistrados antes de ser tomada. Ministros do STF ouvidos pela Globo entendem que a medida de suspensão de rede social é grave, mas que foi necessária diante de repetidos descumprimentos. A avaliação é que foram oferecidas diversas oportunidades para a empresa demonstrar boa-fé e cumprir determinadas ordens, o que não ocorreu.
Nesta segunda-feira, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) começou a analisar a decisão de Moraes. Até o momento, além de Alexandre, os ministros Flávio Dino e Cristiano Zanin votaram pela manutenção da decisão que suspendeu X, já garantindo a maioria dos votos da Primeira Turma.
Os ministros Luiz Fux e Carmen Lúcia ainda terão que votar. De acordo com despacho do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso na Corte, o julgamento acontece virtualmente e dura 24 horas, começando às 00h de hoje e terminando às 23h59.
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