Aprovadas pelo Congresso, mudanças no Fnac destravam R$ 5 bi de crédito para aéreas Por Estadão Conteúdo

A Câmara dos Deputados aprovou em definitivo o projeto de atualização da legislação brasileira sobre turismo. Entre os destaques está a mudança na lei do Fundo Nacional de Aviação Civil (Fnac).

As alterações, agora sujeitas a sanção presidencial, permitem que o fundo seja utilizado como fonte de garantia para financiamentos solicitados por companhias aéreas, que se queixam de crise financeira. A estimativa é de R$ 5 bilhões em crédito por ano.

A emenda que trata de alterações na Fnac foi incluída de última hora quando o assunto foi discutido no Senado, em junho. Como mostra o Transmissão (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), a inclusão da alteração foi resultado de um acordo entre o Ministério da Fazenda e o Ministério dos Portos e Aeroportos (MPor), tendo sido aderida pelo Congresso.

A expectativa do governo é que a viabilização do financiamento às companhias aéreas encerre uma etapa que, segundo representantes do setor, era a demanda mais urgente para superar a crise para as operadoras nacionais.

Com o fundo garantidor, eles poderão ter acesso a linhas de crédito com juros baixos e prazos de pagamento maiores, itens ainda a serem definidos. Os recursos poderão ser utilizados, entre outras possibilidades, para quitar dívidas, adquirir novas aeronaves ou renovar a frota atual.

Após as mudanças, os recursos da Fnac também poderão ser utilizados como subsídio para aquisição de querosene de aviação (QAV) em aeroportos localizados na Amazônia Legal Brasileira, uma demanda para baratear a aviação na Região Norte.

Definições

Após a sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, será necessário que o Conselho Monetário Nacional (CMN) defina a taxa de juros diferenciada, as finalidades específicas e os prazos de pagamento, as comissões e outras condições que os mutuários precisarão cumprir.

O crédito deve vir inicialmente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), mas não há limitação de oferta de outras instituições financeiras. Para gerir os recursos, será criado um comitê gestor, que será liderado pelo Ministério dos Portos e Aeroportos.

A Fnac foi criada em 2011 com o objetivo de promover o desenvolvimento do sistema nacional de aviação civil. Até então, limitava-se a investimentos em infraestrutura, financiando a construção e reforma de aeroportos, por exemplo.