A Polícia Federal (PF) deflagrou mais uma fase da Operação Lesa Pátria na manhã desta quinta-feira, 29. É a 29ª etapa da investigação, que busca identificar todos os envolvidos nos atos golpistas na Praça dos Três Poderes. Policiais realizam buscas em 10 endereços em três estados – Santa Catarina, Rio de Janeiro e Goiás – e no Distrito Federal.
Os mandados foram expedidos pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que é relator das investigações dos protestos do dia 8 de janeiro.
A Operação Lesa Pátria tornou-se permanente. Novos estágios foram abertos regularmente. As investigações deverão durar pelo menos até janeiro de 2025.
Relembre as principais fases da Operação Lesa Pátria
A primeira fase da Operação Lesa Pátria prendeu cinco suspeitos de participação nos atos golpistas. Entre eles “Ramiro dos Caminhoneiros”, Randolfo Antonio Dias, Renan Silva Sena e Soraia Baccio. Na segunda etapa da força-tarefa, a polícia prendeu, em Uberlândia (MG), o extremista Antônio Cláudio Alves Ferreira, filmado destruindo um relógio histórico do Palácio do Planalto.
A terceira fase da operação prendeu cinco pessoas, entre elas a idosa Maria de Fátima Mendonça, de 67 anos, que viralizou ao dizer em vídeo que iria “pegar Xandão”. O sobrinho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), conhecido como Léo Índio, foi alvo de buscas na mesma fase.
A PF abriu a ostensiva quarta fase da investigação e prendeu o empresário Márcio Furacão, que se filmou participando da invasão ao Palácio do Planalto, e o sargento da Polícia Militar William Ferreira da Silva, conhecido como “Homem do Tempo”, que fez vídeos subindo a rampa do Congresso Nacional e dentro do STF.
A oitava etapa da ofensiva teve o maior número de mandados – no total, 32 pessoas sob investigação foram presas. A PF prendeu golpistas como a mulher responsável por pintar a estátua da Justiça em frente ao prédio do Supremo Tribunal Federal com a frase “perdeu, mané” e o homem que teria levado uma bola assinada pelo jogador da Câmara dos Deputados Neymar.
A Fase 9 prendeu preventivamente um major aposentado da Polícia Militar do Distrito Federal suspeito de incitar atos golpistas e administrar recursos que financiaram ações antidemocráticas. Claudio Mendes dos Santos teria ensinado táticas de guerrilha aos bolsonaristas acampados em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília.
Nas primeiras fases, o foco da PF foi prender extremistas que participaram dos atos golpistas, mas conseguiram fugir antes de serem detidos. À medida que a investigação avançava, a Polícia Federal cercou os financiadores. O deputado estadual goiano Amauri Ribeiro (União) foi alvo de buscas na 15ª fase. Ele afirmou na tribuna da Assembleia Legislativa do Estado que “ajudou a financiar” um campo golpista.
A liderança da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) também foi alvo da operação, que prendeu quatro policiais da corporação por suspeita de omissão e conluio com os invasores.
A operação chegou também ao deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ), líder da oposição na Câmara. As buscas foram motivadas por mensagens trocadas com um líder de extrema direita, responsável por organizar bloqueios de estradas após as eleições de 2022.
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