Às vésperas do início da propaganda eleitoral no rádio e na TV, o cenário de triplo empate na liderança na disputa pela prefeitura de São Paulo foi reforçado pela pesquisa Quaest divulgada nesta quarta-feira, 28. Segundo a pesquisa – a primeira do instituto a medir a intenção de voto dos eleitores paulistas após o registro de suas candidaturas – o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) registrou 22% de menções no cenário estimulado, seguido pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB) e o influenciador Pablo Marçal (PRTB), ambos empatados numericamente com 19% das intenções de voto. Como a margem de erro é de três pontos percentuais, está em empate técnico.
A subida de Marçal na curva de intenções de voto já havia sido detectada por outro instituto, o Datafolha, na semana passada. A indicação de uma briga acirrada por duas vagas em um possível segundo turno obrigou os principais candidatos a ajustarem suas estratégias na disputa – antes polarizada entre Boulos e Nunes. O início do horário eleitoral, amanhã, deverá refletir esse momento da campanha.
Apesar das críticas de apoiadores, a campanha de Boulos pretende manter a tática adotada até agora de trabalhar uma postura “mais leve” para o candidato apoiado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A intenção é manter as palestras focadas na apresentação de propostas para a cidade. Interlocutores do candidato do PSOL manifestaram preocupação de que, caso Boulos adote um tom mais agressivo contra Marçal – como desejado por parte da militância -, isso possa reforçar a imagem “radical” que parte do eleitorado já tem dele.
Esta apreensão é reforçada pelas pesquisas qualitativas às quais a campanha teve acesso. Segundo um aliado de Boulos ouvido pela reportagem, essas pesquisas indicam que o surgimento do radicalismo é o principal motivo citado pelos eleitores que optam por não votar no candidato do PSOL. Desde antes do período eleitoral, Boulos tenta desconstruir essa imagem negativa, associada ao seu passado como líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).
Para isso, o deputado tem feito ajustes no visual, adotando roupas mais alinhadas, e evitando tratar de assuntos caros ao seu partido, mas que poderiam intensificar a imagem que tenta desconstruir.
No rádio e na TV, Nunes levará vantagem. Somente o prefeito e candidato à reeleição terão mais de 60% do tempo diário reservado para propaganda eleitoral em veículos, conforme anunciou o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) na última quinta-feira. Boulos, o apresentador e jornalista José Luiz Datena (PSDB) e a deputada federal Tabata Amaral (PSB) ocupam quase os 40% restantes do tempo diário. Os outros seis candidatos ao cargo, entre eles Marçal e Marina Helena (Novo), não estarão presentes no horário eleitoral.
Tarcísio
Na primeira eleição em que será testado como líder eleitoral, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) tornou-se o principal articulador da candidatura de Nunes, trabalhando nos bastidores para manter seus partidos de base na coalizão Emedebista e evitar a fragmentação do mesmo na capital – plano que sofreu duro golpe com a entrada de Marçal na corrida eleitoral.
Tarcísio ainda agiu para evitar que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) continuasse flertando com a candidatura do influenciador. Agora, além de reforçar as operações de bastidores, vai ajudar a dar uma cara ao programa eleitoral do prefeito. Uma das sugestões do governador foi intensificar as agendas conjuntas com Nunes e focar os programas do período eleitoral nos trabalhos e conquistas do governo, na tentativa de dar destaque ao governo. Segundo interlocutores, Tarcísio deverá aparecer com frequência nas inserções da agenda de eleições livres do prefeito, provavelmente mais que Bolsonaro.
Além de destacar a parceria entre eles, aliados de Nunes afirmam que Tarcísio mencionará na TV e no rádio as qualidades que vê no prefeito. A avaliação é que há necessidade de transmitir aos eleitores as características pessoais de Nunes, já que Marçal transformou a eleição em uma discussão sobre os valores morais dos candidatos.
Aliados relatam que Tarcísio demonstrou entusiasmo em gravar os programas eleitorais e pediu a Nunes que enviasse o material para ele assistir antes dos vídeos irem ao ar. Segundo aliados de Nunes, o governador também opina sobre os rumos e a estratégia da campanha.
Uma das sugestões de Tarcísio foi que o prefeito procurasse o marqueteiro argentino Pablo Nobel, que fez sua campanha em 2022 e ajudou na campanha de Javier Milei em 2023. A avaliação de Tarcísio é que Nobel pode ajudar no planejamento de campanha e melhorar as redes sociais de Nunes. O argentino tem contribuído informalmente na campanha, mas sem interferir na estratégia de Duda Lima, marqueteira oficial do candidato à reeleição.
Especialistas ouvidos por Estadão afirmou que, mesmo com a relevância assumida pelas redes sociais e a redução do tempo gasto pelos eleitores brasileiros em frente à televisão ou ouvindo rádio, a propaganda eleitoral ainda desempenha um papel decisivo. A estratégia, sobretudo na televisão, pode ser decisiva sobretudo para os eleitores que não sabem em quem votar.
Perfis suspensos
Além de não constar no calendário eleitoral, Marçal sofreu ontem novo revés. O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo negou o pedido do candidato do PRTB para que seus perfis nas redes sociais fossem reativados. No último sábado, uma decisão liminar determinou a retirada dos perfis, atendendo a um pedido da campanha de Tabata Amaral. A decisão foi motivada por indícios de abuso de poder económico e utilização indevida dos meios de comunicação social na remuneração dos utilizadores para produzirem “cortes” e divulgá-los nas redes.
A pesquisa Quaest de ontem também mostrou Datena com 12% das intenções de voto, Tabata com 8% e Marina Helena com 3%. O candidato do DC, Bebeto Haddad, apareceu com 2%. Os demais candidatos não pontuaram. Os eleitores indecisos totalizaram 8%, e 7% disseram que votariam em branco, seriam inválidos ou não iriam às urnas.
O instituto Quaest entrevistou 1,2 mil paulistanos com 16 anos ou mais, presencialmente, entre os dias 25 e 27 de agosto. A margem de erro é de três pontos percentuais e o nível de confiança é de 95%. A pesquisa está registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número SP-08379/2024. A informação é do jornal O Estado de S. Paulo.
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