SSegundo denúncia do MPSC, os empresários superfaturaram produtos e serviços, ao mesmo tempo em que a qualidade foi reduzida
A denúncia feita pelo MPSC (Ministério Público de Santa Catarina) contra envolvidos em esquema de fraude em processos licitatórios relacionados ao serviço funerário de Criciúma revela como empresários lucraram com mortes no município. Sete pessoas foram presas durante a investigação, que recebeu o nome de Operação Caronte. O prefeito Clésio Salvaro (PSD) também foi alvo de mandado de busca e apreensão.
Segundo o documento, os grupos empresariais Crematório Catarinense e Bom Jesus; Serviços Funerários Menino Deus e Frasseto; e Recanto da Paz e Criciúma Serviços Funerários se uniram em uma única organização criminosa e, alinhados ao núcleo público, assumiram o Centro de Serviços Funerários. O objetivo do grupo, segundo a denúncia, era modular, de acordo com seus próprios interesses, os valores e a qualidade das urnas e dos serviços funerários, mesmo os agendados, no município.
A denúncia refere que, para atingir o referido objectivo, os empresários elaboraram um projecto de decreto para regular os serviços. Depois, obtiveram a aprovação deste documento por parte do Município, “tudo isto para assumir o Centro de Serviços Funerários”, bem como para ajustar formas de boicote aos opositores e alargar o seu domínio à prestação do SVO (Serviço de Verificação de Óbito), “em detrimento dos usuários que se encontram em momento de vulnerabilidade emocional”.
“Assim, após assumir o controle e administração do Centro Funerário de Criciúma, por meio da fraude cometida para publicação do Decreto Municipal nº. 1997/2023, publicada em 01/09/2023, o núcleo empresarial conseguiu fixar preços, superfaturando e reduzindo a qualidade dos produtos a serem entregues e dos serviços a serem prestados, fraudando os contratos administrativos firmados e, portanto, maximizando seus lucros de forma ilícito.”
Além disso, a investigação apurou que, contrariando o disposto no edital e nos contratos, o grupo não afixou em local visível a tabela oficial de preços dos serviços funerários e, “deliberadamente, omitiu informações sobre as categorias listadas – que são menos onerosas para o utilizador – de urnas e outros serviços funerários, induzindo-o a adquirir urnas e serviços classificados como privados e, portanto, mais caros”.
Empresários cobraram de famílias pobres por serviços que deveriam ser gratuitos
Outra ação tomada pelos investigados citados na denúncia MPSC diz respeito ao fato de o grupo “agregar valor” aos serviços, que geralmente eram prestados às famílias de baixa renda beneficiárias do auxílio funeral. Nestes casos, os arguidos ordenaram aos seus acompanhantes que acrescentassem itens considerados “serviços funerários facultativos”, aumentando assim o valor total da venda.
Um exemplo citado na denúncia como essa manobra para “agregar valor” ao serviço é a cobrança de tanatopraxia no valor de R$ 1.200, mesmo em sepultamentos ou cremações locais, realizados menos de 24 horas após o óbito, sob a falsa alegação de que o corpo “vazaria” e criaria mau cheiro durante o velório. O documento destaca ainda que o serviço oferecido já inclui o procedimento de “tamponamento e aspiração”, que faz parte do rol de procedimentos gratuitos.
Além disso, o documento reitera que, caso fosse realmente necessária a realização da tanatopraxia, o procedimento não poderia ser cobrado dos beneficiários do serviço assistencial.
“Nesses termos, em pelo menos três hipóteses, constatou-se que os familiares enlutados, apesar de beneficiarem do auxílio funeral previsto no art. 5º, inciso I, da LC nº. 159/2015 e art. 33 da Lei nº. 7.341/2018, foram prejudicados pelas funerárias concessionárias através da cobrança ilegal do valor de R$ 1.200,00 (mil e duzentos reais), pela realização de tanatopraxia”.
O relatório do NDMais Ele tentou entrar em contato com as funerárias citadas para que comentassem a denúncia, mas não houve resposta até a última atualização desta matéria. O espaço permanece aberto.
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