Foram 18 horas de fechamento com 87 voos cancelados e 15 mil pessoas impactadas. Isso foi resultado do fechamento da pista do Aeroporto de Florianópolis devido a um avião que sofreu danos nos pneus no dia 12 de agosto. Agora, o MPSC (Ministério Público de Santa Catarina) cobra representantes dos aeroportos por suposta má gestão da situação.
Nesta terça-feira (27), o MPSC, em conjunto com o Procon de Florianópolis e Santa Catarina, se reuniu com representantes do aeroporto para discutir mudanças no atendimento e na comunicação no local.
MPSC aponta “sequência de falhas”
Segundo o Ministério Público Wilson Paulo Mendonça Neto, os representantes do Aeroporto de Florianópolis demonstraram despreparo para lidar com a situação da pista fechada, que gerou caos para as cerca de 15 mil pessoas impactadas, incluindo aquelas que tiveram voos cancelados ou atrasados no momento.
“São urgentemente necessárias medidas para melhorar os serviços, a começar pela falta de comunicação aos utilizadores sobre possíveis contratempos e um atendimento eficaz nas instalações aeroportuárias e aéreas. O que vimos no dia 12 de agosto foi um total descaso com milhares de pessoas, entre idosos e crianças, que esperaram horas sem informação e sem a estrutura mínima de acolhimento”, disse Mendonça Neto.
O entendimento do MPSC é que a situação não poderia ter gerado tanto caos se os responsáveis pelo aeroporto estivessem mais preparados.
“Embora tenha sido uma situação complexa e inesperada, a sequência de falhas na comunicação e no atendimento aos consumidores afetados foi considerada inaceitável pelo Ministério Público de Santa Catarina e pelos Procons estaduais e municipais de Florianópolis”, apontou o MPSC.
Cerca de 15 mil pessoas foram impactadas pela situação, que ocorreu por falta de preparo dos funcionários do aeroporto e da companhia aérea, segundo o MPSC – Foto: Karina Koppe/NDProcon destaca falta de apoio aos usuários
A diretora do Procon de Santa Catarina, Michele Alves, e o diretor do Procon de Florianópolis, Alexandre Farias Luz, reforçaram a necessidade de melhorar a comunicação e o trato com os usuários dentro do Aeroporto de Florianópolis.
Os dirigentes destacaram situações preocupantes, como a falta de pessoal capacitado para lidar com a situação, gerando enormes filas e causando irritação generalizada pela falta de diálogo. A falta de apoio para alimentação e alojamento também foi mencionada.
Segundo relatos ouvidos pelos Procons, os passageiros foram levados durante a madrugada para um hotel em Palhoça, a mais de 30 km do aeroporto. O hotel estava lotado e os passageiros tiveram que retornar pela manhã.
O Aeroporto de Florianópolis possui duas pistas. Um, porém, não acomoda jatos comerciais – Foto: Nícolas Horácio/NDAeroporto de Florianópolis está à disposição para discutir melhorias
A administração do Aeroporto de Florianópolis e as companhias aéreas presentes na reunião colocaram-se à disposição para discutir medidas que pudessem garantir a plena contingência de situações semelhantes no futuro.
Uma nova reunião entre as partes deverá ser realizada no dia 31 de outubro para apresentar ações voltadas à melhoria dos serviços.
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