A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara adiou a votação da chamada “PEC das Decisões Monocráticas”, que estava marcada para esta terça-feira, após pedido de revisão da base governista.
A PEC já foi aprovada no Senado no ano passado, mas ficou parada na Câmara até o embate com o Supremo Tribunal Federal (STF) que envolve emendas parlamentares.
A proposta é uma reivindicação antiga dos parlamentares de Bolsonaro, que queriam limitar o alcance do Judiciário. Para esta PEC, o líder da oposição na Câmara, deputado Filipe Barros (PL-PR), já foi nomeado relator do texto.
Também está previsto para esta terça um pacote com outras três medidas que podem restringir a atuação dos ministros do STF. O fato dos projetos serem votados na CCJ, porém, não implica a possibilidade de votação dos temas no plenário da Câmara. A CCJ é presidida pela deputada Bolsonaro Caroline de Toni (PL-SC).
Uma das Propostas de Emenda à Constituição prevista é a que confere aos parlamentares o poder de suspender decisões do Supremo Tribunal Federal (STF).
O texto, que estava parado desde o ano passado, havia sido enviado à CCJ pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), após o ministro Flávio Dino, do STF, suspender a execução dos recursos via emendas.
Entre os parlamentares, diz-se que as chances de Lira levar essa iniciativa adiante, após o acordo ser alcançado, são “remotas”.
O texto prevê que o Congresso poderá suspender decisões do Tribunal quando considerar “que vão além do exercício adequado da função jurisdicional e inovam o ordenamento jurídico como norma geral e abstrata”.
Completam o pacote apresentado pela CCJ dois projetos de lei com o mesmo objetivo: classificar como possível crime de responsabilidade de ministros do Supremo Tribunal Federal a “usurpação de competência do Poder Legislativo ou Executivo”.
O ministro do STF, Flávio Dino, afirmou na última quarta-feira que o acordo firmado entre os três Poderes sobre emendas traz “faróis” a serem seguidos, mas destacou que ainda dará uma nova decisão no caso e que, ao final, haverá julgamento no plenário da Corte.
Dino, que é relator de um conjunto de ações envolvendo emendas, afirmou que analisará novamente o caso após um prazo de 10 dias para que os poderes Executivo e Legislativo definam alguns pontos. Depois disso, a Procuradoria-Geral da República (AGU) e a Procuradoria-Geral da República (PGR) poderão se pronunciar, antes do julgamento.
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