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O projecto de reforma do Código Civil Brasileiroapresentado este ano ao Congresso Nacionalque propõe rever as relações de Direito Privado do país, é tema de evento que será realizado nesta segunda (26) e amanhã (27) em Recife, e replicado na quinta (29) em São Paulo. O Seminário de Direito Civil é uma iniciativa de Instituto dos Advogados de Pernambuco (IAP) em parceria com o Instituto de Direito Privado (IDiP) e o Instituto de Estudos Culturais (IEC), de Rio Grande do Sul.
A minuta, que tem roubado a atenção, gerando polêmicas e mobilizando equipes de juristas, senadores e deputados que dizem buscar aprimorar a Lei 10.406, de 2002, será amplamente discutida, trazendo para esta reflexão juristas renomados da área do direito. . Direito Civilo que aprofundará as discussões sobre o tema.
A abertura do evento, hoje, às 19h, no Faculdade de Direito do Recifeestará com a palestra “O projeto de Código Civil na perspectiva do direito comparado”que é também o tema geral do seminário, orientado pelo advogado António Menezes Cordeiro, jurisconsulto, árbitro nacional e internacional, bem como presidente emérito do CIDP e membro titular da Academia das Ciências de Lisboa.
A palestra de Cordeiro contará com Judith Martins-Costa, que, em 1996, integrou a comissão do Ministério da Justiça para restabelecer o regime jurídico do casamento, reformando e revogando a Lei 9.278/96. Ao lado dela, o diretor da Faculdade de Direito do Recife, Torquato Castro, também participará da palestra de Cordeiro.
Amanhã o encontro será no Mirante do Paço Alfândega. Às 9h, os palestrantes Silvio Neves Baptista e Fábio Martins se juntam aos três que abrem o evento e, mediados pela presidente do IAP, Érika Ferraz, fazem uma palestra “Análise crítica da minuta e seus impactos nos contratos e outros temas importantes do Direito Civil”.
Às 11h30, também mediado por Érika, Ivanildo Figueiredo, Pedro Bortolini, Jáder Lemos e Rodrigo Zírpoli, o tema “Análise crítica do projeto de Código Civil em Direito Societário e Direito Societário”. Às 14h30, Emília Queiroz será a mediadora do painel “Principais alterações ao projeto de Código Civil em Direito da Família”com Venceslau Tavares, que abordará casamento e divórcio, Mário Godoy (nulidades matrimoniais), Karenina Moreno (regime de bens) e Renata Cortez (impactos das inovações no Direito de Família).
Às 15h30, o painel será “Reflexões do projeto do Código Civil sobre Direito Processual”mediado por Gustavo Azevedo e comandado por Leonardo Carneiro da Cunha, Lucas Buril e João Otávio Tercero Neto. O último painel, “O impacto do projeto de Código Civil nos direitos reais e nos contratos”às 17h, estará a cargo de Raphael Fraeman, Roberto Paulino e Marcelo Carvalho, mediado por Cleodon Fonseca.
“Desde a promulgação do Código Civil de 2002, que substituiu a versão de 1916, não se via movimento tão ousado na revisão das normas que regulam a vida privada e as relações civis no país. Contudo, o ritmo acelerado com que esta reforma tem sido proposta, além de questionamentos quanto ao conteúdo das mudanças sugeridas, têm suscitado acalorados debates e críticas por parte da comunidade jurídica”, lembrou a presidente do IAP, Érika Ferraz.
Segundo o advogado, muitos apontam que mudar uma lei tão fundamental exige um processo meticuloso e ponderado. Por um lado, alega-se que o Código Civil de 2002 é uma legislação nova, capaz de atender às necessidades sociais e económicas do país, exigindo ajustes específicos em partes específicas.
“Essa percepção reforça o argumento de que uma reforma tão abrangente, realizada às pressas, pode ser mais prejudicial do que benéfica. As alterações a uma legislação tão recente e relevante devem ser motivadas por necessidades concretas e evidentes, e não apenas por interesses momentâneos”, explicou.
Por outro lado, segundo o advogado, se há necessidade de reforma em alguns pontos específicos do Código Civil que precisavam se adequar às mudanças sociais, essa justificativa não sustenta uma reforma geral tão abrangente e que praticamente alterará, se aprovado, toda a dinâmica das relações privadas do país.
“Muitos críticos argumentam que tal reforma causará, sem dúvida, grande instabilidade social e económica. Assim, surge uma questão que merece reflexão e aprofundamento: o Brasil precisa de um novo Código Civil?”, destacou Érika.
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