O prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro (PSD), foi denunciado pelo MPSC (Ministério Público de Santa Catarina) por organização criminosa, fraude em licitações e corrupção relacionada a serviços funerários no município. Segundo a denúncia, Salvaro agiu para “beneficiar grandes grupos funerários de fora das cidades”.
O documento afirma que, além de alterar a legislação local para reduzir de seis para quatro o número de funerárias que podem prestar o serviço no município, a prefeitura teria repassado informações privilegiadas a um determinado crematório.
“Devido às investigações realizadas, foi possível identificar conversas relevantes para a apuração dos fatos, que corroboram a existência de práticas criminosas em conluio entre agentes públicos e particulares, visando fraudar licitações, alterando a forma como o serviço é prestado visa favorecer as empresas concessionárias e prejudicar os consumidores que, fragilizados pela perda de um ente querido, necessitam de recorrer a serviços sujeitos a concessão pública e não podem escapar às práticas ilícitas e abusivas praticadas pelos arguidos”, destacou a denúncia.
Menciona-se ainda que os relatórios elaborados pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) apontaram a prática, em tese, de crimes de fraude em procedimentos de licitações/contratações públicas, além de crimes contra a ordem econômica e contra o economia popular, do atual prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro, e, “assim, o caso foi novamente enviado ao Tribunal de Justiça”.
Na prática, o esquema relatado funcionava da seguinte forma, segundo o MPSC: dois integrantes do crematório favorecidos pelas fraudes teriam recebido a minuta do edital de licitação antes de sua publicação. Teriam também tido acesso privilegiado a outros documentos do Município, como tabela de preços e estudo técnico preliminar.
“Posteriormente, os ligados ao crematório sugeriram alterações no edital e nos termos de referência também em data anterior à publicação do edital, que foram prontamente acatadas pelos administradores municipais de Criciúma, para favorecer os interesses do grupo”, concluiu a reclamação.
Prefeito de Criciúma teria mudado legislação municipal
Por fim, o documento reitera que poucos dias após a assinatura do decreto que regulamentou os serviços funerários de acordo com a legislação municipal e o edital de licitação, o prefeito assinou outro decreto, cuja minuta foi elaborada pelos próprios empresários vinculados ao crematório, para permitir , além disso Outra vantagem é entregar a administração do Centro de Serviços Funerários aos empresários.
“Ou seja, assinou o primeiro apenas para dar aparência de legalidade e, posteriormente, publicou outro ato normativo, cuja iniciativa e finalidade eram manifestamente viciadas”, destacou a denúncia.
Além do prefeito, foram denunciados o secretário municipal de Assistência Social, Bruno Ferreira, o vereador Daniel Frederico Antunes e outras 18 pessoas suspeitas de envolvimento nos crimes.
O relatório do NDMais entrou em contato com a Prefeitura de Criciúma e aguarda resposta.
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