A pesquisa Atlas, que mostrou aumento nas intenções de voto do ex-técnico Pablo Marçal (PRTB), ajudando a acirrar a disputa pela prefeitura de São Paulo, repercutiu nas campanhas dos dois líderes da pesquisa, o deputado federal Guilherme Boulos ( PSOL) e o prefeito e candidato à reeleição Ricardo Nunes (MDB). Segundo dados do instituto divulgados esta quarta-feira, Boulos tem 28,5%, Nunes 21,8% e Pablo Marçal 16,3%. O deputado federal Tabata Amaral (PSB) totaliza 12%, enquanto José Luiz Datena (PSDB) chega a 9,5%.
Na equipe de Nunes, o discurso é de que o resultado não surpreendeu. Os assessores do prefeito dizem já ter observado o ex-técnico em patamar semelhante em pesquisas de acompanhamento (pesquisas internas de campanha). Essas pesquisas, segundo eles, porém, mostram Marçal estagnado na última semana – indicando a hipótese de que, após rápido crescimento, pode ter perdido impulso por não ser mais uma novidade.
Embora diga que o desempenho de Marçal não é considerado motivo de alarme, a equipa de Nunes admite que o crescimento acelerado do antigo treinador só estava previsto há um mês. O clima na campanha, por enquanto, é de preocupação, e não de desespero.
A estratégia permanece
No momento, não se espera nenhuma mudança nos rumos da estratégia emedebista. Os interlocutores de Nunes sustentam que é preciso aguardar o impacto do momento eleitoral, em que o autarca terá mais tempo de televisão, com ampla vantagem sobre os seus adversários. Até lá, a equipe não vê necessidade de mudar de postura ou virar à direita, como insistem alguns aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A aproximação de Marçal com o prefeito gera debates na campanha emedebista sobre o potencial de crescimento do ex-técnico – e se isso pode tirar Nunes do segundo turno.
A equipe do candidato do PRTB, por sua vez, acredita que o cenário atual aponta para um segundo turno entre o ex-técnico e Guilherme Boulos, que permaneceria na disputa após os avanços de Lula em sua campanha.
Boulos vê “ponto a favor”
Integrantes da campanha do PSOL, por sua vez, avaliam que a pesquisa Atlas desta quarta expõe um cenário de maior preocupação para Nunes e ainda traz um ponto a favor de Boulos.
A avaliação é que, com o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do PT, o psolista conseguiu manter o campo da esquerda unido em torno de seu nome, enquanto a direita, especialmente o segmento ligado ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), foi dividido em torno de dois nomes.
Entre os aliados de José Luiz Datena (PSDB), a ordem é aguardar as próximas pesquisas já que, segundo eles, os números da pesquisa Atlas não coincidiam com outros institutos. Esta semana também serão divulgados dados do Datafolha e do Paraná Pesquisas; Confira as datas aqui.
A pesquisa AtlasIntel divulgada nesta quarta-feira foi a primeira após o registro das candidaturas, o início da campanha e a realização dos primeiros debates entre os principais candidatos a prefeito de São Paulo.
A pesquisa do instituto entrevistou 1.803 paulistanos com 16 anos ou mais entre os dias 15 e 20 de agosto. A margem de erro é de 2 pontos percentuais e o nível de confiança é de 95%. A pesquisa está registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com identificação SP-02504/2024.
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