O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse, nesta terça-feira, 20, que o consenso alcançado na reunião no Supremo Tribunal Federal foi dar “mais transparência” às emendas parlamentares individuais, bancadas e comissão.
Para o senador, a reunião foi “muito produtiva, com muito bom diálogo, com o propósito comum de encontrar uma solução”.
Pacheco se reuniu hoje com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), todos os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), o procurador-geral da União, Jorge Messias, e o procurador-geral da República, Paulo Gonet , para buscar um acordo sobre a implementação das alterações obrigatórias, suspensas na semana passada por decisão do Tribunal.
Segundo o presidente do Senado, o extrato da reunião foi uma solução inteligente e concertada entre os Poderes.
Um dos principais pontos de discussão foi em relação às alterações do pix, que, segundo Pacheco, chegou a cogitar sua extinção.
O presidente do Senado, porém, disse que há um entendimento geral de que essa modalidade – que significa o repasse direto de recursos para o caixa de uma prefeitura ou governo estadual – “pode ser muito útil para a execução orçamentária no Brasil, especialmente em projetos de construção inacabados.”
“Houve o entendimento de todos, inclusive dos ministros do STF, de que as transferências especiais podem ser mantidas, naturalmente com ajustes, como definir previamente o objeto da transferência especial e ela deve ser direcionada para obras inacabadas em todo o Brasil”, declarou.
Pacheco deu um recado ao Poder Executivo dizendo que o Orçamento “não é exclusivo do Executivo” e defendendo o controle de parte dos recursos por deputados e senadores.
“As alterações são importantes para o Orçamento, que não é exclusivo do Executivo.
Esses tipos de emendas parlamentares, individuais, de bancada e de comissão, são legais e legítimas e devem passar por ajustes para buscar a máxima transparência possível”, disse.
“Essa conversa resultou em alguns parâmetros e ajustes que dão jeito e são importantes para o Brasil em termos de execução orçamentária”, declarou.
Um dos pontos de cobrança de deputados e senadores foi em relação à possibilidade de algumas emendas obrigatórias (ou seja, emendas obrigatórias) não serem implementadas.
A Constituição estabelece que isso só poderá acontecer “em casos de impedimentos técnicos”.
O acordo viabilizado pelo STF nesta terça também teve como objetivo esclarecer, por meio de regulamentação, quais seriam esses impedimentos técnicos
‘Em 10 dias o Congresso terá uma solução para implementar emendas; se necessário com alteração de LDO’
Pacheco afirmou que, em 10 dias, o Congresso Nacional apresentará uma solução definitiva quanto à execução das emendas parlamentares.
A partir de então, o processo de liberação de recursos será retomado, após ter sido suspenso por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). As novas regras aplicar-se-ão a todo o Orçamento do País, incluindo os recursos que já foram comprometidos.
Pacheco reconheceu que, se necessário, poderá até haver uma alteração na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) em vigor neste ano para acomodar as novas normas.
O texto do PLDO 2025, ainda pendente de votação no Congresso, também deverá ser atualizado seguindo as diretrizes criadas em conjunto com os Três Poderes.
O senador explicou que, no acordo, ficou definido que as alterações de bancada, de caráter obrigatório, deverão se basear em critérios de objetos estruturantes, definidos por cada bancada do Estado.
A ideia é evitar que os recursos sejam apenas uma soma de interesses individuais.
“As emendas de bancada são importantes para o Estado, mas devem ser pautadas principalmente por critérios estruturantes. A bancada do Estado se reúne, define o que é estruturante para o Estado, e as emendas de bancada cumprem esse papel e finalidade tendo como objeto algo estruturante de amplo interesse” , disse, citando como exemplo a construção de hospitais, barragens ou obras rodoviárias.
Quanto às alterações da comissão, foi decidido que serão mantidas, mas cumprindo o requisito de serem de interesse nacional e regional mais amplo. “É proibida a individualização, que acaba cumprindo uma função como se fosse uma alteração individual”, explicou Pacheco.
Nos próximos 10 dias, os Poderes Executivo e Legislativo ajustarão os parâmetros do objeto deste tipo de alteração, que continuará a ser não vinculativa (não obrigatória).
As emendas da comissão têm sido usadas como moeda de troca política no Congresso desde o fim do orçamento secreto, esquema revelado pelo Estadão que consistia em repassar emendas do relator sem transparência e de forma que dificultasse a fiscalização.
O presidente do Senado reiterou que é preciso identificar a origem, o destino e o objeto das emendas parlamentares. “Nem tudo está errado nas alterações, há pontos que estão errados”, defendeu.
As emendas parlamentares são recursos do Orçamento da União que podem ser direcionados pelos deputados e senadores aos seus redutos eleitorais.
Hoje, são três modalidades: emendas individuais, a que cada deputado e senador tem direito, emendas de bancada estadual e emendas de comissão.
Os dois primeiros são obrigatórios, ou seja, o pagamento é obrigatório, embora o governo controle o ritmo de liberação.
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