Cerca de 40 mil candidatos alteraram a autodeclaração de cor ou raça nas eleições deste ano, em comparação com a última disputa municipal.
A maioria dos casos envolve candidatos que modificaram sua declaração anterior para agora se registrarem como negros ou pardos.
O prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), que busca a reeleição, foi um dos que alterou sua declaração de branco em 2020 para pardo este ano.
Questionada pela Globo, a campanha afirmou, em nota, que “o MDB de Porto Alegre fez uma correção histórica em relação à cor de Melo”. A autodeclaração de cor e raça passou a ser obrigatória após as eleições de 2014.
Melo, que é membro do MDB desde a década de 1980, já foi eleito para três mandatos como vereador em Porto Alegre e foi vice-prefeito da capital gaúcha entre 2013 e 2016. Depois, foi vice-prefeito da capital gaúcha entre 2013 e 2016. deputado estadual, e deixou o cargo ao ser eleito prefeito em 2020. Este ano, ele disputa a reeleição apoiado por seis partidos, entre eles o PL, sigla do ex-presidente Jair Bolsonaro.
A eleição em Porto Alegre foi pautada até agora pelo impacto das chuvas que assolaram o Rio Grande do Sul, e principalmente a capital gaúcha, no início deste ano.
Nas eleições de 2022, houve polêmicas envolvendo mudanças na autodeclaração de cor e raça de candidatos a cargos majoritários. O ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União), que disputou o governo da Bahia, chegou a se registrar como branco, mas depois pediu a mudança para pardo e foi alvo de críticas.
Outro caso, este também no Rio Grande do Sul, envolveu o então vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos-RS), eleito para o Senado em 2022. Mourão se declarou branco, diferentemente do que havia feito em 2018, quando ele se registrou como indígena ao concorrer como companheiro de chapa de Bolsonaro. Ele alegou na época que houve um “erro de preenchimento” no formulário 2022, e que se considera indígena “com muito orgulho”.
Situação inversa ocorre este ano com os dois principais concorrentes à prefeitura de Salvador: o atual prefeito, Bruno Reis (União Brasil), e o vice-governador da Bahia, Geraldo Júnior (MDB), que antes se declaravam pardos, agora registrado como branco. Em nota, Reis afirma que fez isso “para não ter dúvidas” de que não quer ter acesso a recursos de candidatos negros. Também em nota, Geraldo disse que sempre foi “reconhecido pela sociedade como um homem branco”.
A legislação obriga os partidos a transferir pelo menos 30% dos seus fundos eleitorais e partidários para candidatos negros. O percentual foi fixado por Proposta de Emenda à Constituição (PEC) aprovada pelo Congresso na última quinta-feira. A PEC também anistiou multas aos partidos que descumpriram a cota em 2022, quando os repasses deveriam ser proporcionais ao número de candidatos.
Em fevereiro, o TSE determinou que, caso um candidato altere a declaração para preto ou pardo, será convocado para confirmar a mudança. Caso seja admitido erro, ou não haja manifestação, ele não poderá receber os recursos destinados aos candidatos pretos e pardos.
Apesar desse esforço, a prática já ocorreu em 26,2 mil inscrições, com 19,9 mil candidatos se declarando pardos e 6,3 mil pretos.
Houve também 10,9 mil requerentes que alteraram a matrícula para branca, e outras 250 alterações para indígena, totalizando cerca de 38 mil mudanças de cor ou raça neste ano. O percentual corresponde a aproximadamente 8% do total de candidatos. Em 2020, foram 43,1 mil alterações no total, em relação ao pleito anterior.
Alguns dos candidatos afirmam que a mudança ocorreu porque houve um erro na eleição anterior. É o caso do prefeito de São José do Divino (MG), Geka (Republicanos), que afirma sempre se considerar negro.
— Se foi declarado branco (na outra eleição), está errado. Venho de uma família negra. Minha cor é preta mesmo — ela diz.
A mudança do branco para o preto também ocorreu com o prefeito de Nova Venécia (ES), André Fagundes (Podemos). A campanha alegou que ele, de fato, queria se declarar pardo, e já pediu a mudança. Segundo seu orientador, ele “se considera pardo por causa de sua história e de sua história familiar como pessoa negra”.
O prefeito de Santo Antônio do Jardim (SP). Neguinho (Podemos), também alterou a declaração neste ano, mas já pediu correção. Segundo petição de seu advogado, Valter Domingues, houve um erro devido ao apelido utilizado pelo candidato, o que fez com que o registro da cor aparecesse “erroneamente (como) preto, quando o correto é branco”.
Outra denúncia de erro no preenchimento do cadastro veio do vereador Karlyson Rebolça, do PL de Macapá:
— Então foi o partido que errou. Eu não estou ciente disso. Sou branca, olha só minha foto — disse ela.
Alguns dos candidatos também passaram a se declarar indígenas. Foi o que aconteceu com o vereador Osvaldo Maturano (PRD), de Vila Velha (ES), que se registrou como branco há quatro anos. Ele explica que conheceu melhor sua família e descobriu que seu tataravô era indígena, do povo Puri.
A candidata a vereadora Liliane Melo (PT), de Montenegro (RS), afirmou que houve um erro na alteração de sua matrícula, de branca para indígena.
— Não sou indígena. Tenho um certo grau de parentesco, mas não posso provar. Vou pedir para mudar.
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