Cerca de um mês depois de ser aprovada na Câmara dos Deputados, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Anistia foi aprovada nesta quarta-feira, 14, sem alterações, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. A PEC prevê o autoperdão de dívidas – e outras punições eleitorais – impostas aos partidos políticos.
Mesmo após o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmar que o assunto não seria tratado “à pressa” na Câmara, o titular da CCJ, senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), pediu urgência para votação da PEC no plenário do Senado. Para entrar em vigor, a proposta precisa do apoio de 49 dos 81 senadores, em duas votações.
Por se tratar de uma emenda à Constituição, o texto dispensa a sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Até a noite de ontem, não houve posicionamento oficial de Pacheco sobre o pedido de urgência. Os dirigentes partidários, porém, têm pressa e defendem a validade da proposta para as eleições autárquicas deste ano.
Entidades ligadas à transparência partidária e ao Direito Eleitoral criticam a PEC. Afirmam, por exemplo, que representa um estímulo à inadimplência e permite que as partes paguem dívidas com recursos de “origem não identificada”, o que pode incentivar a prática de caixa dois.
O Movimento de Transparência Partidária estima que a anistia poderá chegar a R$ 23 bilhões em multas aplicadas aos partidos, se forem consideradas apenas as contas pendentes de julgamento entre 2018 e 2023. “Essa proposta é inaceitável. Não se trata apenas de uma anistia financeira, mas de uma série de medidas que podem comprometer ainda mais a falta de credibilidade dos partidos perante a sociedade”, afirmou o diretor de Transparência Partidária, Marcelo Issa.
A PEC da Anistia estabelece prazo de até 15 anos para pagamento de multas eleitorais e cinco anos para cumprimento de obrigações previdenciárias. Na Câmara, a proposta foi aprovada no dia 11 de julho – com exceção do PSOL e do Novo, todos os partidos da Câmara, do PT ao PL, apoiaram a PEC.
“Entendemos que é uma situação razoável, que vai desanuviar a área partidária para que possam cumprir suas obrigações daqui para frente”, afirmou ontem o relator da PEC no Senado, Marcelo Castro (MDB-PI).
Contra
“O mundo político dá um péssimo exemplo para o Brasil. Vou votar contra porque acho que os partidos deveriam ser os primeiros a dar exemplo de serem capazes de cumprir a legislação que fazem”, declarou o senador Oriovisto Guimarães (Podemos-PR) . Além dele, apenas Alessandro Vieira (MDB-SE) se posicionou contra a PEC.
A redação da PEC também estende a imunidade tributária dos partidos políticos (e seus respectivos institutos ou fundações) às sanções tributárias, com possibilidade de arquivamento de processos. Uma nota conjunta da Transparência Internacional Brasil, do Pacto pela Democracia e do Movimento de Transparência Partidária afirma que essa “ampliação” da imunidade resultaria em punições determinadas “nos processos eleitorais e de responsabilização anual”.
“Dessa forma, todas as sanções aplicadas também na esfera eleitoral seriam anuladas, bem como no contexto das demonstrações financeiras anuais dos partidos políticos, e poderiam ser configuradas como uma anistia ampla e irrestrita para todas as irregularidades cometidas pelos partidos políticos e eleitorais. campanhas”, diz o texto.
Cotas
O texto também propõe redução de recursos para candidatos pretos e pardos, estabelecendo que os partidos são obrigados a gastar pelo menos 30% dos recursos dos fundos partidários e eleitorais com candidatos negros.
Em 2020, porém, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu que a divisão do fundo eleitoral e do tempo gratuito de publicidade em rádio e TV deve ser proporcional ao número total de candidatos negros que o partido lançar. Ou seja, se 50% dos candidatos forem negros, as siglas são obrigadas a destinar a mesma proporção de recursos para essas campanhas. Na prática, essa determinação foi revogada. “Esse valor, 30%, é para facilitar o cumprimento dessa exigência constitucional”, argumentou o relator.
Outros senadores criticaram a obrigatoriedade de 30% de candidaturas mulheres, outro ponto incluído na PEC. “Lá no Pará as mulheres não gostam muito de trabalhar na política”, disse Zequinha Marinho (Podemos-PA). “O TSE poderia ajudar com uma campanha de informação às mulheres. Pelo menos em Roraima é muito difícil encontrar mulheres que queiram ser candidatas”, afirmou Mecias de Jesus (Republicanos-RR).
Como mostra o Estadãoo PT será o principal beneficiário caso o Senado aprove a PEC da Anistia. Até março, os diretórios da sigla tinham R$ 22,2 milhões em dívidas na lista de devedores da União mantida pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, braço jurídico do Ministério da Fazenda. A maior parte (R$ 18,2 milhões) vem da Previdência Social. A informação é do jornal O Estado de S. Paulo.
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