O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), defendeu na manhã desta quarta-feira (14) o ministro Alexandre de Moraes, seu colega no Supremo, contra alegações de que teria utilizado “oficiosamente” a estrutura do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). ) para tomar decisões contra alvos investigados no Supremo Tribunal Federal (STF).
Dino rejeitou qualquer irregularidade nos procedimentos de Moraes, que disse ter “cumprido rigorosamente o seu dever legal”. Portanto, avaliou, a matéria “perecerá como as ondas que quebram contra a costa”. O ministro afirmou que todas as ações do colega são respaldadas pelo poder de polícia que a Justiça Eleitoral possui, e que lhe permite agir de ofício, sem ser provocado.
“Confesso que desde ontem à noite não consegui encontrar em que capítulo ou preceito isso viola qualquer tipo de determinação do nosso ordenamento jurídico”, disse Dino, antes da sua intervenção num seminário sobre a necessidade de regulamentação das redes sociais. Disse ter certeza de que Moraes “caminha com a consciência tranquila por ter cumprido rigorosamente o seu dever legal”.
Reportagens do jornal Folha de S. Paulo publicadas na noite de terça (13) e na manhã desta quarta (14) trazem diálogos de assessores diretos de Moraes segundo os quais o ministro ordenaria relatórios da unidade de combate à desinformação do TSE para embasar decisões do STF sobre bloqueio de contas em redes sociais e aplicação de multas e outras sanções aos envolvidos com determinadas publicações.
Segundo o jornal, que afirma ter acesso a 6 gigabytes de material digital, os diálogos foram realizados via WhatsApp entre o desembargador Airton Vieira, juiz auxiliar do gabinete, e Eduardo Tagliaferro, então chefe da Assessoria Especial de Combate à Desinformação, antes das eleições de 2022, quando Moraes era presidente do TSE.
Tais relatórios foram utilizados para apoiar as decisões de Mores no chamado inquérito de notícias falsas, aberto ex officio pelo Supremo Tribunal, e que visa atacar e ameaçar cibernéticamente os ministros do Tribunal. Os alvos dessas decisões foram apoiadores do então candidato à reeleição de Jair Bolsonaro. Os despachos, porém, não contêm a informação de que tais relatórios foram produzidos a pedido do próprio ministro.
No discurso subsequente, Dino defendeu a regulamentação das redes sociais. Ele citou ameaças à democracia e aos jovens devido ao uso dessas plataformas sem orientação legal. Classificou a questão como “supranacional”, ao lado de outras como a crise climática.
Participam do seminário também o ministro Alexandre de Moraes, na mesma mesa de Dino, assim como a ministra Cármen Lúcia, também do Supremo e atual presidente do TSE.
Ainda na noite desta terça-feira (13), a assessoria de Moraes divulgou nota sobre as reportagens. A nota afirma que todos os procedimentos realizados para solicitação de informações ao TSE no âmbito dos inquéritos que investigam a divulgação de notícias falsas e a atuação das milícias digitais durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro foram oficiais e regulares.
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